Imigrantes que brilharam nos palcos americanos conquistaram reconhecimento legal por habilidades extraordinárias
WASHINGTON, DC (ABRIL 23, 2025) – A trajetória da cantora e dançarina Shakira nos Estados Unidos vai além dos hits internacionais. A artista colombiana conquistou seu Green Card com base em uma habilidade muitas vezes subestimada: a dança. Sua fusão de ritmos latinos com elementos do oriente médio e afrocaribenhos chamou a atenção não só do público, mas também das autoridades migratórias americanas, que reconhecem o valor cultural e profissional de talentos excepcionais no setor artístico.
O mercado da dança nos Estados Unidos movimenta mais de 4 bilhões de dólares por ano, segundo dados da IBISWorld. Somente o segmento de escolas e companhias de dança emprega mais de 50 mil profissionais diretamente. Outros milhares atuam de forma autônoma ou em produções televisivas e cinematográficas. Nova York e Los Angeles lideram como os principais polos de formação e oportunidades para dançarinos internacionais.
Dentre as instituições mais prestigiadas que atraem jovens talentos do mundo inteiro estão o Juilliard School, com sede em Manhattan, e o Alvin Ailey American Dance Theater, cuja escola é referência na formação técnica e artística de bailarinos contemporâneos. Ambas são reconhecidas por abrir portas para estrangeiros que buscam excelência e visibilidade nos Estados Unidos.
Exemplos como o de Sofia Boutella, nascida na Argélia e criada na França, reforçam esse cenário. Ela brilhou como dançarina nas turnês de Madonna e Michael Jackson antes de conquistar cidadania americana e se estabelecer como atriz em grandes produções de Hollywood. Já Karina Smirnoff, ucraniana, consagrou-se como estrela do programa Dancing with the Stars e garantiu seu Green Card por habilidades extraordinárias na dança de salão.
Também chama atenção a história de Cheryl Burke, filha de mãe filipina, que se destacou no mesmo programa televisivo e hoje é uma das dançarinas mais reconhecidas da mídia americana. Seu sucesso é prova de como a diversidade cultural enriquece o mercado e fortalece o setor artístico nos Estados Unidos.
Para o advogado Vinicius Bicalho, CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., a dança é uma das linguagens mais poderosas para a imigração qualificada. A legislação migratória dos Estados Unidos reconhece artistas que têm impacto comprovado. É assim que dançarinos e coreógrafos de alto nível conseguem vistos como o O-1 ou Green Cards pelo EB-1A. O talento abre portas, mas o reconhecimento legal sustenta o sonho, afirma.
No país que lidera a indústria global do entretenimento, a dança deixou de ser apenas arte e passou a ser uma rota legítima de crescimento profissional e permanência legal. Histórias como a de Shakira mostram que o corpo fala e às vezes é ele que conquista o direito de ficar.