Portadores de green card têm acesso a oportunidades militares e caminho facilitado para a cidadania americana
WASHINGTON, DC (MAIO 14, 2025) – Portadores do green card nos Estados Unidos não apenas têm o direito de viver e trabalhar legalmente no país, como também podem integrar as Forças Armadas norte-americanas em diversas frentes. Apesar de muitos acreditarem que o serviço militar seria um privilégio reservado apenas a cidadãos americanos, a legislação vigente permite que residentes permanentes atuem em áreas estratégicas da defesa nacional.
A elegibilidade começa com a inscrição no Selective Service, obrigatória para homens residentes legais permanentes entre 18 e 25 anos. Mas o passo seguinte pode ser ainda mais decisivo: alistar-se voluntariamente em uma das cinco principais forças militares do país. Segundo o Departamento de Defesa, residentes permanentes podem servir ativamente no Exército (Army), Marinha (Navy), Força Aérea (Air Force), Fuzileiros Navais (Marines) e Guarda Costeira (Coast Guard).
Dados atualizados mostram que mais de 40.000 estrangeiros estão atualmente servindo em unidades ativas e de reserva das Forças Armadas norte-americanas. Somente em 2024, aproximadamente 5.000 residentes permanentes legais se alistaram voluntariamente. Desde 2002, mais de 187.000 militares estrangeiros foram naturalizados, sendo mais de 52.000 apenas entre os anos fiscais de 2020 a 2024.
Em termos de funções, o escopo de atuação é amplo. No Exército, por exemplo, há funções técnicas e administrativas como logística, transporte, comunicações e suporte médico. Já na Marinha, residentes permanentes podem operar embarcações, atuar em áreas de engenharia naval e participar de missões internacionais. A Força Aérea oferece vagas para manutenção de aeronaves, controle de tráfego aéreo e segurança de bases. Até mesmo na Guarda Costeira, que opera em águas territoriais e tem papel relevante na fiscalização de fronteiras marítimas, imigrantes com green card são bem-vindos.
Entre 2020 e 2024, 60% dos estrangeiros naturalizados após o serviço militar atuaram no Exército. As principais nacionalidades que se destacam nesse processo são Filipinas, Jamaica, México, Nigéria e Gana. A idade média dos militares naturalizados nesse período foi de 27 anos, sendo 73% do sexo masculino.
“O serviço militar pode ser uma excelente porta de entrada para a cidadania americana”, lembra Vinicius Bicalho, advogado licenciado nos EUA, Brasil e Portugal. “Muitos imigrantes conquistam não apenas uma carreira sólida, mas também reconhecimento e acesso facilitado à naturalização, uma vez cumpridos os requisitos exigidos”.
Durante períodos de hostilidade, como o atual, a legislação permite inclusive a dispensa dos prazos tradicionais de residência para naturalização, acelerando o processo para aqueles que servirem com honra. Em 2024, 16.290 militares estrangeiros foram naturalizados, um aumento de 34% em relação ao ano anterior.
Em tempos de incerteza e desinformação, é importante que a comunidade brasileira saiba que o green card representa mais do que o direito de permanecer legalmente no país. Ele abre caminhos concretos de integração, inclusive nas estruturas de maior prestígio dos Estados Unidos: suas Forças Armadas.
