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Usha Vance: A segunda-dama filha de imigrantes indianos 

Usha Vance, esposa do senador J.D. Vance, ganha destaque na política americana não apenas por seu papel público, mas também por sua trajetória como filha de imigrantes indianos. Advogada formada por Yale, Usha representa a ascensão de mulheres com raízes estrangeiras no cenário político dos EUA.
Tempo de leitura: 2 minutos
Usha Vance
Fonte: Shutterstock

Usha Vance nasceu na Califórnia, mas sua história carrega o DNA da imigração asiática e rompe paradigmas na política americana

WASHINGTON, DC (ABRIL 30, 2025) – Usha Vance, esposa do vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, não apenas ocupa o posto de segunda-dama em um dos momentos mais polarizados da política americana, como também representa uma conquista simbólica para milhões de filhos de imigrantes nos Estados Unidos. Nascida em San Diego, na Califórnia, em 1986, Usha é filha de indianos que deixaram o estado de Andhra Pradesh para buscar uma vida melhor nos EUA.

Com um histórico acadêmico de excelência, ela se formou em História pela Universidade Yale, obteve um mestrado em Filosofia pela Universidade de Cambridge, como bolsista Gates, e depois concluiu o curso de Direito na Yale Law School. Foi lá, inclusive, que conheceu J.D. Vance, futuro autor de Hillbilly Elegy e hoje vice-presidente do país.

Segundo o advogado Vinicius Bicalho, professor de Direito Imigratório e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., o caso de Usha mostra como a imigração legal, estruturada e voltada à formação educacional pode ter um impacto profundo no cenário nacional. “Ela é filha de imigrantes, não nasceu em uma família política, mas sim em um lar dedicado ao conhecimento. Seu pai é engenheiro e professor universitário. Sua mãe é bióloga e reitora. Isso revela o quanto a contribuição imigrante vai muito além da narrativa de vulnerabilidade”, afirmou.

Após formar-se em Direito, Usha Vance trabalhou como assistente jurídica na Suprema Corte dos EUA, tendo servido o próprio Chief Justice, John Roberts. Posteriormente, atuou em um dos escritórios mais prestigiados do país, o Munger, Tolles & Olson, em litígios civis e apelações. A discrição com que sempre conduziu sua vida pessoal tornou-se, inclusive, objeto de análise na mídia durante a campanha republicana de 2024, já que poucos sabiam detalhes sobre ela.

Hoje, como a primeira segunda-dama dos Estados Unidos com ascendência indiana, Usha representa uma nova fase na diversidade do poder político americano. Praticante do hinduísmo, vegetariana e com forte envolvimento nas decisões familiares, ela também tem evitado exposições públicas em excesso, apesar de já ter feito discursos em eventos do Partido Republicano.

Para Bicalho, o simbolismo é inevitável. “Ela não precisou da vitrine da política para construir sua trajetória. Ela é uma profissional de altíssimo nível jurídico e uma voz respeitada. Isso coloca um novo tipo de representatividade no centro do poder americano: aquela que nasce da competência e da integração legal e social”, destacou.

A história de Usha é mais um capítulo do que a Constituição americana chama de “equal opportunity”. Oportunidade igual para todos, desde que sigam o caminho das leis, da educação e do comprometimento com o país que os acolhe.

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