Com o rebanho bovino nos EUA em níveis mínimos, projeções positivas e demanda por eficiência criam uma janela de oportunidade para talentos e tecnologia do Brasil
WASHINGTON, DC (OUTUBRO 11, 2025) A pecuária americana enfrenta o menor nível de rebanho bovino desde 1951, resultado de secas prolongadas, altos custos de produção e redução no ritmo de abates. Apesar do cenário desafiador, projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam um ciclo de recuperação que abre espaço para inovação, transferência de tecnologia e mão de obra especializada.
O rebanho americano chegou a cerca de 86,7 milhões de cabeças em janeiro de 2025. A expectativa é alcançar 91,6 milhões até 2034, com preços médios projetados de 196,49 dólares por 100 libras em 2026. A produção de carne bovina também deve reagir a partir do próximo ano, depois de cair para 26,4 bilhões de libras em 2025. Paralelamente, o aumento das importações reforça a dependência temporária dos Estados Unidos de fornecedores externos.
Nesse contexto, o Brasil desponta como parceiro natural. Líder mundial em exportação de carne bovina, com previsão de 3,88 milhões de toneladas exportadas em 2025, o país possui ampla expertise em manejo, rastreabilidade e integração lavoura-pecuária. A capacidade de operar grandes rebanhos com custos competitivos e alto nível tecnológico desperta o interesse do mercado americano, que busca acelerar a recuperação produtiva.
Para Vinicius Bicalho, fundador e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., essa combinação de fatores representa uma oportunidade estratégica. “Os Estados Unidos vão precisar aumentar a eficiência para reconstruir seu rebanho. A experiência brasileira em manejo e produtividade pode contribuir de forma concreta para esse movimento”, afirma.
A recuperação projetada para o setor pecuário americano coincide com a consolidação de tecnologias no Brasil, criando uma convergência de interesses rara e favorável. A demanda por eficiência nos EUA e a oferta de conhecimento técnico brasileiro abrem caminho para consultorias especializadas, cooperação internacional e imigração técnica qualificada.
“O Brasil tem muito a oferecer não apenas como exportador de carne, mas como referência técnica e produtiva para um mercado que precisa se reerguer com inteligência”, conclui Bicalho.