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Odontologistas brasileiros podem atuar nos EUA sem revalidar diploma

Muitos odontologistas brasileiros sonham em exercer a profissão nos EUA, mas a revalidação do diploma pode ser um grande obstáculo. Neste artigo, exploramos as possibilidades legais, alternativas viáveis e os caminhos legais para que dentistas estrangeiros possam exercer sua profissão no país.
Tempo de leitura: 2 minutos
odontologistas brasileiros nos EUA

Caminhos alternativos permitem inserção no mercado enquanto se busca a validação profissional

Washington, D.C., 27 de março de 2025 – Os dentistas brasileiros que desejam atuar nos Estados Unidos encontram oportunidades, mas também desafios, especialmente no processo de revalidação do diploma. Atualmente, o país conta com aproximadamente 201 mil dentistas ativos, o que equivale a 61 profissionais para cada 100 mil habitantes, segundo a American Dental Association (ADA). No entanto, a distribuição desses profissionais não é uniforme, e algumas regiões enfrentam escassez de mão de obra, criando oportunidades para estrangeiros qualificados.

A odontologia é uma das profissões mais bem remuneradas nos Estados Unidos. Dentistas generalistas ganham, em média, entre 120 mil e 250 mil dólares por ano, enquanto especialistas, como ortodontistas, endodontistas e cirurgiões orais, podem ultrapassar os 300 mil dólares anuais. Já os higienistas dentais, que necessitam de uma certificação específica, recebem uma média salarial de 80 mil dólares por ano, dependendo do estado em que atuam. O Departamento de Trabalho dos EUA prevê um crescimento de 4% na demanda por dentistas até 2032, com a criação de aproximadamente 7.700 novas vagas no período. O envelhecimento da população e o aumento do acesso a planos odontológicos impulsionam essa tendência.

Os estados que concentram o maior número de dentistas são Califórnia, com cerca de 30 mil profissionais, Nova York, com 15 mil, Texas, com 14 mil, e Flórida, com 13 mil. Já regiões como Mississippi, Arkansas, Alabama e Louisiana possuem menos de 40 dentistas por 100 mil habitantes, tornando-se locais estratégicos para quem busca inserção no mercado. Além disso, estados como Dakota do Norte, Montana e Wyoming também registram baixa concentração de profissionais, o que pode facilitar a obtenção de licenças e gerar oportunidades de trabalho.

Para atuar como dentista nos Estados Unidos, os profissionais formados no Brasil precisam revalidar o diploma, o que pode incluir a realização de cursos complementares em universidades americanas e a aprovação em exames como o Integrated National Board Dental Examination (INBDE). Enquanto esse processo não é concluído, muitos brasileiros optam por funções como higienista dental, que exige uma certificação mais acessível e permite atuar diretamente com pacientes, ou assistente dental, que não requer licença e possibilita entrada imediata no setor. Outra alternativa viável é ingressar no meio acadêmico como pesquisador ou professor, funções que algumas universidades oferecem sem a necessidade de revalidação do diploma clínico.

Para Vinicius Bicalho, professor de direito internacional e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., a melhor estratégia para os dentistas brasileiros que desejam construir carreira nos Estados Unidos é adotar um planejamento estruturado. “Trabalhar como higienista ou assistente enquanto valida o diploma permite ao profissional ganhar experiência no mercado, além de ajudar na adaptação ao sistema americano”, explica. Ele também alerta sobre a importância de estar com o visto adequado para evitar problemas migratórios. “Ter o status imigratório correto é essencial. Sem o visto adequado, o profissional pode enfrentar restrições legais e até a impossibilidade de exercer qualquer atividade remunerada nos Estados Unidos”, destaca.

Com alta demanda por profissionais da área e boas perspectivas salariais, os Estados Unidos seguem como um destino promissor para dentistas brasileiros que buscam expandir suas carreiras e garantir estabilidade profissional.

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