Vinicius Bicalho explica por que Collie Greenwood poderia ter evitado a saída se o processo tivesse sido conduzido corretamente
WASHINGTON, DC (JULHO 21, 2025) A saída de Collie Greenwood do comando da MARTA (Metropolitan Atlanta Rapid Transit Authority) reacendeu o debate sobre falhas administrativas no cumprimento das normas de imigração. O canadense deixou o cargo após a expiração de seu EAD (Employment Authorization Document) em 18 de junho, mesmo com o green card em processo de emissão.
Para o advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., Vinicius Bicalho, o caso é um exemplo claro de omissão técnica. Segundo ele, a legislação atual garante extensão automática da autorização de trabalho por até 540 dias, desde que o formulário I-765 seja enviado dentro do prazo legal.
O simples ato de protocolar o I-765 antes da expiração do EAD já garante a continuidade legal da atividade profissional. Não é necessário esperar a chegada do novo cartão. A extensão automática entra em vigor imediatamente após o envio do pedido, conforme prevê o USCIS.
Essa ampliação temporária, de 180 para 540 dias, foi adotada pelo governo americano em maio de 2022 em resposta à escassez de mão de obra e aos atrasos nos processos migratórios durante e após a pandemia. O objetivo foi evitar a paralisação de trabalhadores essenciais, muitos deles estrangeiros legalmente autorizados.
A medida foi criada justamente para impedir que profissionais qualificados, como médicos, professores e executivos, fossem afastados de seus cargos por falhas burocráticas, afirma Bicalho.
Greenwood anunciou uma aposentadoria antecipada e teve seu contrato encerrado em comum acordo com a agência. No entanto, especialistas apontam que a ausência de um pedido tempestivo pode ter sido determinante para sua saída.
Em cargos de liderança, qualquer vacilo técnico pode comprometer toda uma estrutura institucional, conclui Bicalho.
Rhonda Allen, até então chefe de experiência do cliente, assumiu a presidência interina da MARTA enquanto o conselho busca um novo CEO. O caso de Greenwood, ainda que sem má-fé ou infração, serve de alerta para empresas e assessorias jurídicas. O rigor com prazos e formulários é inegociável.