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Cresce o número de não imigrantes emitindo carteira de motorista na Flórida

O número de não imigrantes emitindo carteira de motorista na Flórida tem crescido significativamente. O aumento reflete mudanças nas políticas locais, maior acesso à documentação e o interesse de imigrantes temporários em regularizar sua situação no trânsito.
Tempo de leitura: 2 minutos
carteira de motorista na Flórida

Demanda de estudantes e trabalhadores temporários pressiona sistema estadual de identificação

WASHINGTON, DC (ABRIL 10, 2025) – A emissão de carteiras de motorista e cartões de identificação por não imigrantes na Flórida vem crescendo de forma constante, impulsionada pelo aumento no número de estrangeiros vivendo legalmente no estado com vistos temporários. Programas como o Optional Practical Training, que autoriza estudantes internacionais a permanecerem nos Estados Unidos após a graduação para ganhar experiência profissional, têm ampliado a presença de jovens estrangeiros nas principais cidades da Flórida. Ao mesmo tempo, setores como hospitalidade, tecnologia e construção civil continuam a atrair trabalhadores com vistos H-1B, H-2B e L-1, alimentando uma demanda contínua por documentação oficial de condução e identificação.

Estimativas indicam que entre 5% e 10% das cerca de 2,2 milhões de carteiras de motorista e IDs emitidos por ano no estado sejam destinadas a não imigrantes. Isso representa entre 110 mil e 220 mil emissões anuais para pessoas que não têm residência permanente, mas vivem legalmente nos Estados Unidos sob status temporário. O número tende a crescer, acompanhando o perfil de mobilidade internacional que vem se consolidando na Flórida.

A carteira de motorista, nesse contexto, vai muito além da permissão para dirigir. Ela é usada como documento oficial de identidade em bancos, universidades, locações de imóveis e outras atividades cotidianas. A legislação estadual da Flórida permite que estrangeiros dirijam com a carteira de seus países de origem por até um ano, desde que estejam legalmente nos Estados Unidos. No entanto, esse direito deixa de valer quando o indivíduo estabelece residência no estado. A partir desse momento, o prazo legal para obter uma carteira de motorista da Flórida é de 30 dias.

“Para o não imigrante que planeja ficar mais de um mês, tirar a driver’s license da Flórida é uma obrigação legal e uma necessidade prática. Passado o prazo de 30 dias após estabelecer residência, ele deve se adequar às regras estaduais. Caso contrário, estará sujeito a penalidades e até mesmo à invalidação do seguro em caso de acidentes” afirma o advogado Vinicius Bicalho, especialista em direito imigratório nos Estados Unidos. Ele destaca ainda que muitos estrangeiros, por medo ou falta de informação, acabam deixando de cumprir essa etapa fundamental. “O não imigrante não deve ter medo. É muito mais seguro tirar a carteira dentro do prazo do que ser parado pela polícia e acabar tendo que encarar uma corte judicial por dirigir sem habilitação válida. A documentação é uma proteção, não um risco.”

O processo de obtenção da carteira envolve a apresentação de documentos que comprovem identidade, status legal, endereço residencial na Flórida e, quando aplicável, número de seguro social. Além disso, o candidato deve passar por exames de visão, prova escrita e, em alguns casos, teste prático de direção. Pequenas inconsistências entre os dados dos documentos apresentados, como diferenças na grafia do nome entre o passaporte e o formulário I-94, costumam gerar atrasos ou rejeições. “É muito comum que o estrangeiro venha com tudo legalizado, mas se frustre por inconsistências mínimas. Isso pode atrasar o processo e até comprometer a validade da aplicação”, observa Bicalho.

À medida que a Flórida se torna cada vez mais um polo de atração para profissionais e estudantes de todo o mundo, cresce também a necessidade de adaptação às exigências burocráticas do estado. Especialistas alertam que compreender e cumprir essas regras é fundamental para garantir tranquilidade durante a permanência no país. “A carteira de motorista pode parecer um detalhe, mas para quem vive temporariamente nos EUA, é um divisor de águas entre estar legalmente integrado ou vulnerável às regras do sistema”, conclui Bicalho.

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