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Quase 50% dos imigrantes nos EUA não falam inglês fluentemente, aponta estudo

Um estudo recente aponta que aproximadamente 50% dos imigrantes residentes nos Estados Unidos ainda não falam inglês fluentemente. A falta de fluência no idioma pode representar um desafio significativo para integração social e oportunidades no mercado de trabalho, além de impactar a educação e o acesso a serviços públicos. A pesquisa também indica que barreiras linguísticas podem afetar negativamente o progresso profissional e econômico de muitos imigrantes. Confira os detalhes do estudo e os impactos dessa realidade na vida de milhões de imigrantes no país.
Tempo de leitura: 3 minutos

Proficiência no idioma impacta diretamente oportunidades de emprego, renda e integração social, segundo especialistas em imigração

WASHINGTON, DC – O inglês é um dos maiores desafios enfrentados por imigrantes nos Estados Unidos, impactando diretamente a adaptação cultural, social e, principalmente, econômica. A fluência no idioma é uma questão central para milhões de imigrantes que buscam construir uma nova vida no país. Segundo o Pew Research Center, cerca de 44% dos imigrantes adultos relatam dificuldades em falar inglês fluentemente, uma barreira que muitas vezes limita suas oportunidades de emprego, educação e até mesmo no cotidiano.

Vinicius Bicalho, CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., especializado em imigração, comenta sobre esse desafio: “O domínio do inglês é essencial para a integração de imigrantes nos Estados Unidos. Aqueles que conseguem superar essa barreira rapidamente ampliam suas chances de conseguir empregos melhores, acessar uma educação de qualidade e interagir de maneira mais eficiente com a sociedade.” Segundo Bicalho, os imigrantes que falam pouco ou nenhum inglês enfrentam dificuldades em encontrar empregos que condizem com suas qualificações, o que muitas vezes os empurra para subempregos em setores como construção civil, serviços domésticos e agricultura.

Dados da Brookings Institution reforçam essa perspectiva, indicando que imigrantes com baixa proficiência em inglês ganham, em média, entre 25% e 40% menos do que aqueles que possuem uma boa fluência. “Imigrantes que não dominam o inglês acabam restritos a funções de baixa remuneração, sem grandes perspectivas de crescimento”, afirma Bicalho. Ele acrescenta que a fluência no idioma é uma das formas mais eficazes de mobilidade social nos Estados Unidos. “Quem fala inglês bem pode competir de igual para igual por posições em setores mais qualificados, como tecnologia, saúde e educação.”

A American Community Survey destaca que entre os 25,5 milhões de imigrantes nos EUA, aproximadamente 50% afirmam que falam inglês “menos do que muito bem”. Vinicius Bicalho explica que a diferença de fluência no idioma afeta diretamente o desempenho desses imigrantes no mercado de trabalho. “Sem o inglês, fica muito mais difícil se comunicar com empregadores, entender os direitos trabalhistas ou mesmo passar por processos de qualificação profissional.” Para muitos imigrantes, essa barreira pode significar a estagnação em trabalhos de baixa remuneração e pouca proteção legal, sem a oportunidade de subir na carreira.

Por outro lado, aqueles que superam essa barreira encontram vantagens significativas. Um estudo do Bureau of Labor Statistics revela que imigrantes que falam inglês fluentemente têm menor taxa de desemprego e melhores condições de trabalho. “Aprender o idioma é um divisor de águas. Vejo muitos de nossos clientes prosperarem após alcançarem a fluência, o que lhes permite não apenas melhorar sua renda, mas também se sentir mais integrados à comunidade”, afirma Bicalho.

Além das oportunidades profissionais, o domínio do inglês facilita a integração social e cultural dos imigrantes. Bicalho observa que aqueles que aprendem o idioma têm mais facilidade para se envolver em atividades cívicas, como votar, participar de grupos comunitários ou acessar serviços públicos. “A língua é a chave para a cidadania plena. Quem fala inglês consegue participar mais ativamente da sociedade e fazer valer seus direitos de maneira mais eficaz”, ressalta.

A questão do aprendizado do idioma se estende para a segunda geração de imigrantes, que geralmente cresce bilíngue. “Os filhos de imigrantes têm a vantagem de aprender inglês na escola e, por isso, têm mais chances de sucesso acadêmico e profissional”, destaca Bicalho. De fato, estudos mostram que 67% dos filhos de imigrantes latinos nos EUA se tornam fluentes em inglês na idade adulta, contrastando com apenas 25% de seus pais. “Isso demonstra a importância do acesso ao aprendizado do idioma para o futuro das próximas gerações”, acrescenta.

Para superar a barreira do idioma, muitos imigrantes recorrem a programas de ensino de inglês como segunda língua (ESL). No entanto, a oferta de cursos gratuitos ou subsidiados ainda é limitada. “Embora haja programas de ESL em várias partes do país, a demanda é muito maior do que a oferta. Muitos imigrantes que precisam aprender inglês não conseguem encontrar vagas nesses cursos”, explica Bicalho. Segundo o Migration Policy Institute, cerca de 1,5 milhão de imigrantes estão inscritos em programas de ESL, mas esse número representa apenas uma fração dos 22 milhões de adultos com proficiência limitada no inglês.

Governos estaduais, como Nova York e Califórnia, têm implementado políticas públicas para ampliar o acesso ao ensino do inglês, investindo em programas de alfabetização e treinamento profissional integrado ao aprendizado do idioma. Bicalho vê essas iniciativas como cruciais para a integração dos imigrantes: “Esses programas são fundamentais para que os imigrantes possam se qualificar profissionalmente enquanto aprendem o inglês, facilitando sua inserção no mercado de trabalho.”

Fonte: Immigration Report, Fernando Hessel e Bicalho Legal Consulting P.A.

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