Decisão Reflete Cooperação em Segurança e Aproximação Diplomática entre Washington e Doha
WASHINGTON, DC – Em uma iniciativa histórica, os Estados Unidos aprovaram a inclusão do Catar no Programa de Isenção de Visto (VWP), tornando-se o primeiro país árabe a receber essa distinção. A partir de 1º de dezembro, os cidadãos catarianos poderão viajar para os EUA sem visto para turismo ou negócios, com estadias de até 90 dias.
Segundo Vinicius Bicalho, CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., essa medida reflete um contexto estratégico maior. “Esta é uma das poucas vezes que vemos um gesto imigratório com uma clara intenção de reciprocidade em termos de segurança internacional, influência e poder de negociação de conflitos na região”, afirma Bicalho.
Além do gesto diplomático com o Catar, o presidente Joe Biden recebeu recentemente na Casa Branca o presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Mohammed bin Zayed Al Nahyan. A pauta da reunião incluiu a cooperação em segurança regional, comércio e investimentos, além do papel estratégico dos EAU em crises regionais, como a guerra no Iêmen e os esforços de normalização de relações com Israel. Os dois líderes também discutiram as alianças de defesa e energia, que permanecem pilares da relação entre os países.
O Catar, agora membro do VWP, desempenha um papel fundamental como mediador no Oriente Médio, atuando em negociações de cessar-fogos e trocas de prisioneiros entre Israel e o Hamas. A recente condecoração do chefe da Agência de Segurança do Estado do Catar pelo diretor da CIA com a medalha George Tenet sublinha a crescente colaboração entre os dois países no âmbito da segurança e inteligência.
Bicalho também observa que a relevância do Catar vai além de sua população. “O Catar está longe de ser insignificante dentro do contexto imigratório e geopolítico,” explica. “Mesmo com uma população de aproximadamente 2,7 milhões, o país tem uma influência desproporcional devido ao seu papel ativo nas negociações de segurança e conflitos na região.”
A política externa dos EUA com outros países árabes, como a Jordânia, também permanece forte. O rei Abdullah II mantém um diálogo próximo com Washington, destacando a importância da estabilidade regional e o papel da Jordânia como parceiro confiável, especialmente em questões como a crise dos refugiados sírios e o conflito israelo-palestino. Esses movimentos refletem uma política americana mais ampla no Oriente Médio, com o objetivo de reforçar alianças estratégicas e buscar estabilidade em uma região marcada por desafios geopolíticos.
Fonte: Immigration Report, Fernando Hessel e Bicalho Legal Consulting P.A.
