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USCIS opera com déficit e aumenta pressão sobre taxas de imigração

O USCIS, órgão responsável pela imigração nos Estados Unidos, opera com déficit financeiro e busca soluções para equilibrar suas contas. Uma das medidas previstas é o aumento das taxas cobradas em petições imigratórias, o que pode impactar diretamente processos como solicitação de Green Card, vistos e naturalização.
Tempo de leitura: 2 minutos
taxas de imigração nos EUA
Fonte: Shutterstock

Agência americana é sustentada quase integralmente por taxas pagas por imigrantes e enfrenta desequilíbrio financeiro estrutural

WASHINGTON, DC (JUNHO 26, 2025) O órgão responsável por processar vistos, green cards e naturalizações nos Estados Unidos opera em 2025 com um orçamento estimado em 6,8 bilhões de dólares. O problema é que quase toda essa verba depende diretamente das taxas pagas pelos próprios imigrantes. E o resultado é um sistema cada vez mais caro, mais lento e mais desigual.

“O USCIS não é financiado como uma agência típica do governo. Ele depende de um modelo autofinanciável, o que significa que os próprios imigrantes arcam com os custos operacionais da imigração legal nos EUA”, explica o advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., Vinicius Bicalho.

Desde 2016, a arrecadação média anual com taxas girava em torno de 3,2 bilhões de dólares. Para tentar cobrir a diferença e modernizar os sistemas, o USCIS implementou uma revisão ampla das tabelas de cobrança, com uma meta de atingir até 5,2 bilhões anuais. Mas a estimativa mais realista para 2025 projeta uma receita de apenas 4,42 bilhões, ainda bem abaixo do necessário.

Além da alta nos valores cobrados, a consequência desse desequilíbrio é sentida nos prazos. “Temos observado um tempo de espera crescente para diversos tipos de processos, inclusive para green cards por casamento e renovações de status. E isso tem impacto direto na vida e nos planos de milhares de famílias”, avalia Bicalho.

Mesmo com parte do déficit sendo compensada por fundos específicos, como os ligados ao visto H‑1B ou EB‑5, o cenário preocupa. O sistema não apenas penaliza quem já está em situação legal e quer seguir contribuindo, como também se mostra vulnerável a choques externos, como shutdowns no Congresso ou quedas abruptas no volume de pedidos.

Para quem pensa em imigrar, o recado é claro: preparação, estratégia jurídica adequada e conhecimento atualizado das regras são fundamentais. O custo da imigração legal nos EUA não é apenas financeiro, mas também de tempo e planejamento. “Em tempos de incerteza, ter suporte profissional qualificado faz toda a diferença”, conclui Bicalho.

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