Impactos econômicos, sociais, trabalhistas e institucionais em um debate que redefine o futuro do país
WASHINGTON, DC (AGOSTO 25, 2025) – A imigração ilegal é frequentemente retratada apenas sob o prisma humanitário, mas seus efeitos colaterais sobre a economia, a segurança e o sistema institucional americano são profundos e multifacetados.
Estudos recentes apontam que o custo anual para os cofres públicos ultrapassa a marca de US$ 150 bilhões, considerando despesas com saúde, educação, serviços sociais e segurança. Muitos imigrantes sem status legal trabalham na informalidade, o que reduz a arrecadação tributária ao mesmo tempo em que amplia a demanda por serviços públicos gratuitos.
O mercado de trabalho também sofre distorções. Embora os imigrantes em situação irregular ocupem postos de baixa remuneração, frequentemente explorados por empregadores que se aproveitam da falta de documentação, esse mecanismo pressiona salários e condições laborais de trabalhadores locais e legalizados. Dados do Pew Research Center mostram que 9,7 milhões de imigrantes indocumentados já representam 5,6% da força de trabalho total do país, e em estados como o Texas estima-se que um quarto da mão de obra na construção civil seja formada por trabalhadores sem status legal.
A consequência direta é a expansão da economia informal, que representa cerca de 7,3% do PIB americano, o equivalente a mais de US$ 2 trilhões em valores de paridade de poder de compra, segundo estimativas da World Economics. Em Nova York, por exemplo, aproximadamente 64.000 imigrantes trabalham de forma não registrada, em setores como construção, limpeza e entregas.
Esse quadro não compromete apenas a arrecadação, mas também a própria capacidade de planejamento do Estado. “A informalidade decorrente da imigração ilegal compromete a viabilidade dos negócios, gera concorrência desleal e impede que o governo tenha uma fotografia real da economia, o que limita investimentos estruturantes em infraestrutura, saúde e educação”, analisa Fernando Hessel, observador-chefe na Casa Branca e no Pentágono.
O problema se estende ainda à segurança pública. Relatórios do Departamento de Segurança Interna apontam que rotas ilegais são exploradas por redes criminosas ligadas ao tráfico humano e ao contrabando, ampliando os desafios da fiscalização de fronteiras. Além disso, a sobrecarga do sistema judiciário e migratório gera atrasos significativos para quem busca imigrar legalmente, criando a percepção de injustiça.
Por fim, o fator institucional não pode ser ignorado. O desrespeito sistemático às normas de imigração mina a credibilidade das leis americanas e coloca em xeque a capacidade do Estado em fazer valer suas próprias regras. “Sem um equilíbrio entre acolhimento humanitário e firmeza legal, o sistema se torna insustentável”, conclui Vinicius Bicalho, advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A.
O debate sobre imigração nos Estados Unidos, portanto, exige uma visão equilibrada: reconhecer a contribuição dos imigrantes regulares e, ao mesmo tempo, enfrentar de forma objetiva os prejuízos da ilegalidade.