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Oportunidades para imigrantes com a chegada da Copa do Mundo de 2026 aos Estados Unidos 

A Copa do Mundo de 2026, sediada nos Estados Unidos, representa uma grande oportunidade para imigrantes que buscam trabalho temporário, renda extra ou até mesmo o pontapé inicial para se estabelecer no país. Com milhões de turistas esperados e uma demanda explosiva por serviços, setores como hotelaria, alimentação, transporte, segurança e entretenimento terão vagas em alta.
Tempo de leitura: 2 minutos
imigrantes na Copa do Mundo
Fonte: Shutterstock

Megaevento esportivo pode gerar mais de 500 mil vagas temporárias e impulsionar imigração legal para brasileiros

WASHINGTON, DC (JUNHO 3, 2025) A Copa do Mundo da FIFA de 2026, que será sediada por Estados Unidos, Canadá e México, representa muito mais do que um marco esportivo. Com 48 seleções e jogos distribuídos em 16 cidades americanas, o evento é considerado o maior já realizado na história da FIFA. Essa magnitude abre caminho para uma onda de contratações em setores-chave da economia, criando uma janela estratégica para imigrantes que buscam oportunidades legais de trabalho nos Estados Unidos.

Estima-se que somente nos EUA o evento gere mais de 500 mil vagas temporárias, especialmente nas áreas de hospitalidade, turismo, transporte, logística, manutenção, segurança, varejo, tecnologia e saúde. O número considera vagas diretas e indiretas, conforme projeções de consultorias ligadas ao setor de eventos e dados das Copas anteriores.

Segundo Vinícius Bicalho, CEO da Bicalho Legal Consulting, P.A. e professor de Direito Imigratório nos Estados Unidos, o evento pode ser um divisor de águas para quem busca iniciar ou regularizar sua trajetória profissional no país. Ele destaca que o governo americano, ciente da escassez de mão de obra, já começou a mapear formas legais de permitir a entrada de trabalhadores estrangeiros temporários.

Vistos como o H-2B, voltado a trabalhadores não agrícolas, são altamente relevantes neste contexto. Eles se aplicam a funções como camareiros, garçons, motoristas, auxiliares de eventos e limpeza. Já o J-1, muito utilizado por estudantes e profissionais da área de hospitalidade, oferece oportunidades dentro de programas de intercâmbio e capacitação profissional, com remuneração que pode variar entre 10 e 20 dólares por hora.

Há também espaço para perfis mais especializados. Candidatos das áreas de tecnologia, saúde, engenharia e logística podem considerar vistos como o EB-2 NIW ou o EB-3, categorias que vêm sendo cada vez mais utilizadas por brasileiros. De acordo com dados oficiais, nos últimos sete anos mais de 65 mil green cards foram concedidos a profissionais brasileiros nessas modalidades.

Além da documentação legal, Bicalho ressalta a importância da preparação prática. Um currículo formatado nos padrões americanos, com experiência e referências, aumenta significativamente as chances de contratação. Também é essencial investir no inglês, mesmo que em nível básico. Em cidades com alta presença de brasileiros, como Miami, Boston, Orlando e Houston, o domínio do português pode ser um diferencial competitivo.

Outra frente promissora é o empreendedorismo. Brasileiros que já possuem experiência em pequenos negócios podem aproveitar a Copa para abrir empresas voltadas ao turismo, como food trucks, quiosques culturais, serviços de transporte e venda de produtos típicos. É necessário, no entanto, observar as leis estaduais e municipais de cada cidade-sede para garantir a legalidade da operação.

A Copa chega em um momento em que os Estados Unidos enfrentam um déficit persistente de trabalhadores em setores operacionais. Após a pandemia, o país tem mantido uma média mensal de 11 milhões de vagas abertas, muitas das quais não são preenchidas por cidadãos americanos. Imigrantes, historicamente, têm sido peça-chave para suprir essa demanda.

Para Bicalho, o evento esportivo pode funcionar como catalisador de projetos de vida. “A Copa do Mundo de 2026 é uma oportunidade concreta de inserção profissional e social para brasileiros que buscam trabalhar legalmente nos Estados Unidos. O segredo está na preparação antecipada, no visto correto e na documentação adequada. Isso pode ser o início de um caminho mais estável e duradouro”, afirma.

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