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O futuro do trabalho e “novo normal”: quais as tendências e como se preparar?

Tempo de leitura: 6 minutos

Existe uma frase que diz: “O perigo não é você pensar grande e não conseguir. O perigo é você pensar pequeno e conseguir”. Muitos profissionais e empresários têm medo de pensar grande e traçar metas para conseguir alcançá-las. A maioria prefere agir dentro da sua zona de conforto, permitindo, assim, chances maiores de prever e controlar o que pode vir a acontecer. Não há nada de errado nessa estratégia de gerenciamento. Contudo, essa visão pode limitar o seu crescimento e o da sua empresa. 

Este tipo de estratégia pode diminuir as chances de você ampliar seu campo de visão. Além disso, reduz as chances de impulsionar e acelerar o crescimento do seu negócio. Por fim, ainda limita as possibilidades de desenvolver a capacidade da sua empresa e da sua equipe para superar grandes desafios.

Veja a seguir algumas constatações sobre esse tema confira algumas das principais tendências do mercado profissional e empresarial para as quais você deve se preparar.

Por que evitamos assumir riscos?

É natural para o ser humano querer se proteger e evitar riscos. Isso faz parte da nossa história evolutiva. Nós aprendemos a nos abrigar em locais seguros e só enfrentar desafios quando necessário para a sobrevivência. Entretanto, com a nossa evolução ao longo dos anos, percebemos a necessidade de desenvolver novas competências e habilidades, como, dentre várias outras: 

  • proatividade;
  • resiliência;
  • planejamento;
  • criatividade;
  • gestão da mudança;
  • gestão estratégica;
  • inteligência emocional;
  • capacidade de inovação. 

Para muitos profissionais e empresários, em determinado momento na sua trajetória, é comum se estagnar tomando apenas atitudes de sobrevivência. O que lembra a nossa origem. Porém, é fundamental nos mantermos constantemente preparados e atualizados com relação ao futuro do mercado. 

Qual a importância de “pensar grande”?

Para pequenos empresários, ou profissionais com pouca experiência, o mais indicado é se espelhar em grandes empresas e profissionais com bagagem e de sucesso. Porém, para que isso ocorra, não basta apenas observar, é preciso se permitir investir no novo e, para muitos, este pode ser um dificultador. Pensar grande implica em realizar um esforço proporcional e um investimento a longo prazo.

Para compreender melhor, considere empresas menores que mantiveram seus investimentos e planejamentos espelhados em grandes empresas. É fato que esses pequenos negócios obtiveram melhor preparo para lidar com a situação atual, a pandemia do Novo Coronavírus. 

Um exemplo de empresas deste perfil são as startups, que são pequenas empresas que possuem uma visão a frente do mercado e, comumente, possuem histórico de crescimento rápido. Ter uma visão ampliada é o que permite que os empresários e profissionais de startups estejam sempre ligados ao que está por vir e cientes do que os seus grandes concorrentes fazem para obter sucesso. “Pensando grande”, eles conseguem a visão estratégica necessária para elaborar um planejamento adequado. Consequentemente, estão preparados para se tornarem concorrentes promissores e prontos para lidar com as adversidades. 

Uma empresa com este perfil, que começou pequena e obteve crescimento rápido através de um gerenciamento focado no futuro, na inovação e em suas grandes concorrentes, foi a Uber. A trajetória da Uber comprova que pequenas empresas podem sim se espelhar em empresas de grande porte. Pois, só assim, esses pequenos negócios terão preparo suficiente para superá-las.

Como se preparar para o “novo normal”? 

Existem inúmeros cases de pequenas empresas que adotaram o estilo de gerenciamento e obtiveram um crescimento acelerado. No entanto, nosso objetivo é preparar você, profissional e empresário, para o que está por vir. Então, como você pode se preparar para o “novo normal”? 

Precisamos ter em mente que, mesmo depois do fim pandemia, quando a propagação da COVID-19 for controlada, algumas mudanças permanecerão. O trabalho home office, por exemplo, reflete significativamente não só na economia de insumos, na sustentabilidade da empresa e na sua responsabilidade ecológica, mas, principalmente, em nossa forma de gerenciamento.

Informe-se a seguir sobre algumas tendências do mercado profissional e empresarial.

1. O trabalho remoto será cada vez mais normal

O trabalho home office, que foi forçadamente instaurado durante a pandemia, nos mostrou algo que já era comum na realidade de algumas empresas fora do Brasil e também em muitas empresas de tecnologia no país. Este tipo de trabalho remoto fez cair por terra o velho estilo de gestão de “vigiar e controlar” o que os colaboradores fazem, para que então, possamos focar no realmente importa: a entrega de resultados.

A mudança de local de trabalho evidenciou a importância de investir em softwares de controle de produtividade e de entrega de resultado. Além disso, destacou também o reconhecimento por mérito e a bonificação por resultado. Sobre esse aprendizado, vale ressaltar que, de nada adianta ter colaboradores com interesse e empenho, se não houver entrega de resultado. De nada adianta bloquear redes sociais e proibir ligações pessoais no trabalho se não houver resultado final. 

Trabalhar com métricas para acompanhar a eficiência e a qualidade do trabalho se tornaram pontos cruciais na gestão. A empresa é movida por resultados. Então, é ideal tornar os investimentos nesta área como principal foco.

2. A jornada de trabalho se tornará mais flexível

A jornada de trabalho como conhecemos hoje será extinta. Trabalhar de 08h às 18h nunca foi sinônimo de produtividade e, mesmo assim, nos mantemos presos ao passado, a esta antiga forma de controle. Muitas startups já perceberam esse fato e mantém horários flexíveis. Ou seja, oferecem maior autonomia para seus colaboradores, pois entendem que o resultado é o mais importante.

Essa atualização é totalmente válida, afinal, é comum pessoas afirmarem que são mais produtivas em determinado período do dia. Há algumas, por exemplo, que são mais produtivas até mesmo durante a madrugada. Esta nova cultura de gestão permite que colaboradores utilizem esse período de maior produtividade e foco em favor dos objetivos da empresa. 

3. Ferramentas tecnológicas tomarão conta das empresas

Sabe aquele investimento em softwares que sua empresa sempre adiou? Agora não dá tempo mais de esperar. Investir em tecnologia como aliada é investir antecipar o futuro e acompanhar o controle moderno das informações. As empresas apegadas a processos arcaicos serão as maiores prejudicadas com a evolução do mercado de trabalho.

É preciso aprender com empresas inovadoras e com como elas se relacionam com a tecnologia e com a gestão de documentos, e se espelhar nelas para gerir sua empresas. Esse movimento faz parte da evolução do mercado. Assim como o mundo foi surpreendido por invenções como as máquinas de escrever e o fax, que hoje se tornaram esquecidos, saber trabalhar com documentos digitalizados, assinatura digital e sistemas integrados faz parte não apenas do nosso futuro, mas do nosso presente.

Outro exemplo de evolução tecnológica e de relação entre cliente e empresário são contabilidades que oferecem a opção da contabilidade digital. O antigo formato de contabilidade como conhecemos, com acúmulo de documentos impressos – aumentando a chance de perda de documentos – já faz parte do passado. Hoje em dia, a contabilidade da sua empresa já pode ser tratada de forma digital. 

4. A adaptabilidade será a competência profissional mais visada

Sabe aquele profissional que, toda vez que ouve falar em mudança, tem uma crítica na ponta da língua como uma resposta pronta? Bom, agora, ou ele desenvolve novas competências de resiliência e inclinação a mudança, ou ele “vai dançar”.

Os profissionais do futuro precisam se adequar às mudanças! A chave para o sucesso no futuro será a adaptabilidade, a vontade de aprender novas coisas e a capacidade para se adequar a novas metodologias de trabalho.  

Todo profissional é capaz de realizar feitos incríveis e superar suas próprias limitações. Contudo, é necessário querer. Não adianta sentar na “cadeira de zona de conforto” e reclamar, dizer que não dá, que não é possível ou que não consegue. A saída será uma só: se adequar. 

Será necessário se adequar à gestão remota de pessoas, às novas ferramentas de comunicação, à novos sistemas de trabalho e até ao novo tipo de relacionamento interpessoal, que é virtual. Será necessário aceitar as novas dinâmicas de trabalho e se qualificar para essa nova realidade.

5. Líderes precisarão estar preparados para a gestão remota

Os líderes deverão abandonar a velha gestão baseada em vigiar e em controlar para uma gestão focada em resultados, em planejamento, em uma comunicação clara e de feedbacks constantes. Será necessária a habilidade para realizar a gestão da mudança e para capacitar a equipe no formato e de acordo com a realidade de cada empresa.

Não existe mais a frase “eu não tenho tempo”, pois essa frase só indicará inabilidade em gestão de tempo e organização do líder e do seu liderado. Investir em treinamento e capacitação ainda é primordial, seja o trabalho remoto ou não. A empresa é a responsável pelos resultados e por preparar o seu time para alcançá-los.

O líder deverá comunicar quais são as expectativas do trabalho de cada colaborador e quais são os prazos de forma clara, para que não haja dúvidas. Esta comunicação terá que transcender as vias de chats. É muito importante manter reuniões e conversas via vídeo conferências para responder dúvidas e monitorar eventuais contratempos.

Agora que você está ciente das tendências que vieram para ficar, e que representam o “novo normal”, após as mudanças provocadas pelas pandemia do Novo Coronavírus, continue se informando e se preparando para o futuro. Confira agora mesmo 4 dicas de gestão de pessoas em home office.

Autora: Débora Vaz da Silva Rocha, Psicóloga, Coach Pessoal e Profissional, Especialista em Gestão de Pessoas e e Analista de Recursos Humanos na Bicalho Consultora Legal.

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