Especialistas alertam que inconsistências documentais podem ter comprometido o pedido de Kai Chen
WASHINGTON, DC (ABRIL 28, 2025) – A negativa do green card da pesquisadora Kai Chen, um dos nomes envolvidos no desenvolvimento do GPT-4.5 da OpenAI, gerou questionamentos na comunidade acadêmica e tecnológica, mas especialistas recomendam cautela antes de conclusões precipitadas.
Chen, que viveu nos Estados Unidos por 12 anos, precisou deixar o país e fixar residência no Canadá enquanto busca alternativas para regularizar sua situação. Segundo a OpenAI, o pedido de green card foi apresentado há cerca de três anos, antes de sua contratação pela empresa, e a negativa pode estar relacionada a questões documentais daquele período.
Para Vinicius Bicalho, CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., o caso chama a atenção para a necessidade de rigor em processos longos de imigração. “Muitos profissionais avançam em suas carreiras durante o tempo de espera, mas esquecem que toda atualização profissional relevante precisa ser oficialmente registrada no processo. Pequenas inconsistências podem se transformar em grandes problemas na análise final”, explica.
Bicalho ressalta ainda que, ao longo do trâmite de um pedido de green card, o aplicante é normalmente notificado para apresentar esclarecimentos sobre eventuais lacunas ou insuficiências nas evidências apresentadas. “É extremamente raro que uma negativa aconteça de forma abrupta e sem aviso. O peticionário costuma receber pedidos formais de esclarecimento, chamados de Requests for Evidence (RFEs), e tem a oportunidade de suprir as dúvidas levantadas pela imigração”, afirma.
A surpresa manifestada publicamente pela pesquisadora gerou estranhamento entre especialistas. “Quando um aplicante declara ter sido pego de surpresa, é preciso analisar com cautela. Na maioria dos casos, as comunicações oficiais do USCIS indicam claramente onde estão os problemas do processo. Antes de qualquer julgamento público, é imprescindível compreender exatamente o que ocorreu, pois dificilmente a decisão é tomada sem oportunidade de defesa”, pondera Bicalho.
Até o momento, não há qualquer informação pública que aponte que Chen tenha descumprido leis americanas ou praticado irregularidades durante sua permanência no país. A negativa parece se concentrar em fatores documentais e não em condutas ilegais.
O USCIS é uma agência composta por funcionários de carreira, com atuação técnica e fundamentada. Processos são avaliados individualmente, com base em documentação concreta, e não se submetem a influências externas ou políticas.
Fontes próximas à OpenAI afirmam que a empresa está oferecendo suporte jurídico à pesquisadora, e que existe otimismo para corrigir a situação. Chen também declarou que pretende seguir trabalhando remotamente e que mantém o desejo de retornar aos Estados Unidos futuramente.