Latino-americanas buscam estabilidade e melhores oportunidades nos Estados Unidos
Washington, D.C., 25 de março de 2025 – A imigração feminina para os Estados Unidos tem apresentado um padrão consistente de crescimento, especialmente entre cidadãs da América do Sul. Dados do Departamento de Segurança Interna (DHS) revelam que, no ano fiscal de 2022, 56.906 mulheres da região obtiveram o status de residente permanente legal nos EUA, representando aproximadamente 57% do total de imigrantes sul-americanos. No caso do Brasil, das 24.169 pessoas que adquiriram a residência permanente, 13.553 (56%) eram mulheres.
A decisão de migrar para os Estados Unidos está frequentemente ligada à busca por melhores condições econômicas, segurança e reunificação familiar. Entre as imigrantes brasileiras, 6.776 garantiram o green card por meio de casamento com cidadãos americanos, enquanto 5.812 o fizeram através de vias profissionais. “Esses números demonstram que a mulher imigrante tem um papel cada vez mais ativo na reestruturação familiar e na contribuição econômica ao país de destino”, avalia o advogado imigratório Vinicius Bicalho, CEO da Bicalho Legal Consulting P.A.
Outro aspecto relevante é a ocupação profissional das mulheres imigrantes. O levantamento aponta que a maioria das brasileiras (3.748) declarou não trabalhar fora de casa, enquanto 1.933 estão empregadas em cargos de gestão e profissões especializadas. Na América do Sul, essa tendência se repete, com 17.251 mulheres sem ocupação fora do lar e 7.067 atuando em funções de maior qualificação.
Um dado importante é a presença crescente de mulheres em cargos executivos e de liderança. A imigração não se limita mais a funções operacionais ou assistenciais, mas também à busca por crescimento profissional em grandes corporações. “O fato de termos mulheres ocupando cargos de direção e liderança nos EUA reflete uma mudança na dinâmica da imigração. Cada vez mais, a decisão de imigrar parte da mulher, que avalia oportunidades, qualidade de vida e educação dos filhos antes da mudança”, destaca Bicalho.
A tomada de decisão feminina na imigração pode ser atribuída a diferentes fatores em comparação aos homens. Mulheres frequentemente buscam um ambiente mais seguro para a família, melhores oportunidades de educação para os filhos e um mercado de trabalho que valorize suas competências. Além disso, há uma tendência maior de planejamento detalhado e estabilidade a longo prazo, enquanto muitos homens imigram por questões de oportunidade financeira imediata.
A distribuição geográfica das imigrantes também reforça padrões históricos, com os estados da Flórida e Massachusetts concentrando o maior número de sul-americanas que adquiriram a residência legal. “A imigração feminina reflete dinâmicas de integração que passam por aspectos culturais e econômicos. As mulheres chegam com um planejamento familiar estruturado, muitas vezes assumindo a frente do processo de migração”, complementa Bicalho.O estudo realizado pela Bicalho Legal Consulting P.A. reforça a importância da compreensão do comportamento imigratório feminino na formulação de políticas públicas de acolhimento e inserção profissional nos Estados Unidos.