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Imigração deve injetar US$7 trilhões na economia americana na próxima década

Um estudo recente indica que a imigração pode movimentar até US$7 trilhões na economia americana nos próximos 10 anos. O impacto positivo abrange geração de empregos, aumento do PIB e inovação.
Tempo de leitura: 2 minutos
impacto da imigração na economia americana
Fonte: Shutterstock

Estudo recente reforça que imigrantes geram arrecadação, impulsionam o PIB e sustentam a inovação nos EUA e no Brasil

WASHINGTON, DC (JULHO 29, 2025) – A imigração tem se consolidado como um dos motores mais relevantes da economia norte-americana. Segundo estimativas recentes da Congressional Budget Office, os imigrantes deverão agregar mais de US$ 7 trilhões ao Produto Interno Bruto dos Estados Unidos na próxima década, com impacto direto de US$ 1,2 trilhão em aumento da arrecadação fiscal e uma redução projetada de US$ 900 bilhões no déficit público federal.

Para o advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A. , Vinicius Bicalho , os dados são irrefutáveis. “Esses números desmontam de forma definitiva a falsa ideia de que o imigrante representa um peso. Pelo contrário: ele é vetor de arrecadação, crescimento e inovação”, afirma.

Segundo levantamento do American Immigration Council, só em 2023, famílias imigrantes contribuíram com 16,8% de todos os impostos arrecadados no país, sustentando programas vitais como o Social Security, a infraestrutura pública e parte da Previdência. O dado é ainda mais expressivo ao se considerar que muitos desses imigrantes têm acesso limitado a esses mesmos serviços. “Ou seja, contribuem mais do que consomem. É uma balança fiscal altamente favorável”, reforça Bicalho.

O cenário demográfico é outro ponto crítico. Sem o fluxo contínuo de imigrantes, a força de trabalho norte-americana entre 25 e 54 anos estaria estagnada desde os anos 1990. “Num país que envelhece e vê a natalidade em queda, os imigrantes mantêm a economia girando. É uma questão de sobrevivência econômica, não apenas de inclusão social”, observa o advogado.

Além disso, os imigrantes têm um papel central no ecossistema de inovação. Cerca de 46% das empresas listadas na Fortune 500 foram fundadas por imigrantes ou seus filhos. Somado a isso, dados mostram que imigrantes são responsáveis por uma parcela desproporcional de registros de patentes e de empresas em áreas tecnológicas e científicas. Um estudo recente da Universidade da Pensilvânia aponta que realocar apenas 10% dos vistos para trabalhadores menos qualificados em favor de profissionais STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) geraria efeitos acelerados no crescimento do PIB e nos salários em todos os níveis.

Mas os efeitos da imigração não se limitam ao território americano. Um levantamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento demonstra que, no Brasil, o aumento da proporção de imigrantes nos municípios teve impacto de até 35% no crescimento das importações, sem prejuízo nas exportações. Outro estudo do National Bureau of Economic Research revela que a imigração europeia histórica foi determinante para a transformação estrutural brasileira: impulsionou a alfabetização, o setor agrícola e a urbanização nas principais regiões do país.

Mais recentemente, o caso dos refugiados venezuelanos em Roraima é frequentemente citado como exemplo prático: longe de reduzir oportunidades para brasileiros, sua chegada elevou os salários médios em até 2%, sem substituir a força de trabalho local. “É a comprovação empírica de que a imigração bem administrada não divide o bolo. Ela faz o bolo crescer”, analisa Bicalho.

Diante desse cenário, o advogado reforça que a atuação jurídica deve estar à altura dessa nova realidade. “Precisamos abandonar os mitos e lidar com os fatos. A imigração é um fenômeno econômico com benefícios mensuráveis. Nosso papel é garantir que esse processo ocorra com segurança jurídica e integração efetiva”, conclui.

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