O engenheiro Ferenc Pavlics e a lição que a imigração qualificada deixa para o século XXI
WASHINGTON, DC (AGOSTO 7, 2025) – O pouso das missões Apollo na Lua costuma ser lembrado pelas imagens icônicas de astronautas e bandeiras fincadas no solo lunar. Mas um dos elementos mais estratégicos para ampliar o alcance das expedições foi criado por um imigrante húngaro que encontrou nos Estados Unidos o espaço para transformar uma ideia em realidade: o engenheiro Ferenc Pavlics, responsável pelo projeto do Lunar Roving Vehicle (LRV), o “carro da Lua”.
Chegado aos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria, Pavlics foi contratado pela General Motors, onde liderou a equipe que desenvolveu o veículo capaz de transportar astronautas e equipamentos em longas distâncias na superfície lunar. Sem o LRV, missões como a Apollo 15, 16 e 17 teriam ficado restritas a áreas muito menores de exploração.
Para o advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., Vinicius Bicalho, o caso de Pavlics reforça um ponto essencial no debate atual sobre imigração qualificada: “A história mostra que os Estados Unidos se beneficiaram imensamente ao abrir as portas para profissionais estrangeiros com alto nível técnico. O Lunar Roving Vehicle é um símbolo de como a diversidade de origens se traduz em vantagem competitiva”.
Bicalho lembra que a entrada de talentos estrangeiros nos EUA, em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), não é apenas uma questão de inovação, mas também de estratégia geopolítica. “Durante a corrida espacial, aceitar engenheiros como Pavlics significou ampliar a capacidade tecnológica do país em um momento crítico. Hoje, a disputa global por profissionais de alto nível é tão acirrada quanto no auge da Guerra Fria”, afirma.
O legado do engenheiro húngaro vai além da conquista lunar. Ao se reinventar em um novo país e aplicar seus conhecimentos em um projeto de impacto histórico, ele se tornou um exemplo de como políticas migratórias voltadas para a atração de cérebros podem moldar o futuro de uma nação.