Como desastres naturais impulsionam setores-chave da economia e abrem portas para investimentos em reconstrução e inovação
Washington, DC, 08 de outubro de 2024 – Com a Flórida novamente em estado de emergência devido à aproximação do furacão Milton, considerado o mais potente dos últimos 100 anos, o impacto dos desastres naturais nos Estados Unidos vai além da destruição. Enquanto comunidades se preparam para enfrentar esta temporada de furacões, alguns setores da economia têm registrado crescimento acelerado, impulsionados pela demanda gerada por esses fenômenos climáticos.
Entre os principais beneficiados estão os setores de construção, seguros e energia, que se destacam com o aumento da frequência de furacões e tempestades. As empresas envolvidas na reconstrução de áreas devastadas e as que oferecem soluções tecnológicas para prever e mitigar desastres estão experimentando um crescimento robusto.
A Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) informou na segunda-feira que o custo da resposta de recuperação do governo ao furacão Helene até agora na Carolina do Norte, Geórgia, Carolina do Sul, Virgínia e Flórida já ultrapassou US$ 210 milhões. Para o furacão Milton, o estado da Flórida estima que esse custo será superado, dada a magnitude do impacto esperado.
Além disso, muitos imigrantes qualificados nessas áreas veem nas tragédias oportunidades de investimento, especialmente nas áreas de reforma e construção civil. Esses profissionais, que trazem experiência e conhecimentos valiosos, estão se posicionando para atender à crescente demanda por serviços de reconstrução. Com as receitas das empresas de construção saltando cerca de 12% após furacões de grande porte nos últimos anos, a participação de imigrantes qualificados nesse mercado é cada vez mais significativa.
Vinicius Bicalho, CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., comenta: “Apesar do tema ser desolador, é importante destacar que os Estados Unidos possuem orçamentos robustos que beneficiam o restabelecimento de comunidades afetadas. Isso, por sua vez, auxilia as empresas que se destacam neste setor durante essas catástrofes, criando um ciclo de recuperação e crescimento econômico.”
Com a destruição causada pelas tempestades, há uma demanda crescente por reparos e por tecnologias mais resilientes. O mercado de construção resiliente, que inclui materiais mais duráveis e sistemas avançados de drenagem, está projetado para atingir US$ 22 bilhões até 2028.
O setor de seguros também está experimentando um aumento significativo na procura por coberturas específicas para desastres naturais. O volume de prêmios relacionados a desastres cresceu 25% ao ano desde 2011, tornando esse mercado um dos mais dinâmicos e lucrativos. Ao mesmo tempo, a alta sinistralidade levou algumas seguradoras a reverem suas coberturas, abrindo espaço para novas empresas entrarem nesse nicho com produtos mais especializados.
As empresas de tecnologia também estão em destaque, desenvolvendo sistemas de previsão e monitoramento climático baseados em inteligência artificial, que auxiliam na mitigação dos impactos de desastres. Estima-se que o mercado de soluções de gestão de desastres atinja US$ 260 bilhões até 2030, com a crescente demanda por respostas rápidas e precisas durante crises.
Além disso, a vulnerabilidade das redes elétricas tradicionais, frequentemente danificadas por furacões, está impulsionando o mercado de energia renovável. O investimento em fontes alternativas, como solar e eólica, que são mais resilientes, tem crescido rapidamente, com o mercado de energias sustentáveis nos EUA já ultrapassando US$ 64 bilhões.
Com a Flórida enfrentando esta temporada de furacões devastadores, esses setores emergem como protagonistas de uma nova realidade econômica, onde a reconstrução e a adaptação climática geram oportunidades de negócios e crescimento sustentável.
Fonte: Immigration Report, Fernando Hessel e Bicalho Legal Consulting P.A.
