Mesmo sendo território americano, há procedimentos que merecem atenção especial para evitar contratempos
WASHINGTON, DC (OUTUBRO 23, 2025) – Viajar de qualquer estado dos Estados Unidos para as Ilhas Virgens Americanas não exige passar por controle de imigração formal, já que se trata de território americano. No entanto, existe um detalhe importante: as ilhas estão fora da zona alfandegária dos EUA, o que significa que, mesmo sendo um voo doméstico, há inspeção do U.S. Customs and Border Protection no retorno ao continente. Essa etapa costuma surpreender muitos viajantes e requer atenção para evitar contratempos.
Na ida o embarque acontece como em qualquer voo doméstico. Cidadãos americanos e residentes permanentes podem embarcar com documento de identificação válido, enquanto estrangeiros com visto ou ESTA devem estar com status legal ativo e portar o passaporte válido, mesmo que não haja controle migratório ao desembarcar nas ilhas.
Na volta, antes do embarque nas Ilhas Virgens Americanas, todos os passageiros passam por uma inspeção alfandegária obrigatória realizada pelo CBP. O objetivo é controlar a entrada de produtos sujeitos à declaração, como bebidas alcoólicas, tabaco e itens acima da cota permitida. Nessa etapa é comum que agentes perguntem sobre compras realizadas e, em alguns casos, revistem bagagens. A inspeção ocorre ainda no aeroporto das ilhas, de forma que, ao chegar ao continente, o passageiro é liberado sem nova checagem.
Segundo Vinicius Bicalho, advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., “muitos viajantes cometem o erro de achar que, por se tratar de território americano, não haverá nenhum tipo de fiscalização na volta, quando na verdade a inspeção alfandegária é rigorosa e obrigatória”.
Bicalho alerta ainda que “estrangeiros em status temporário devem manter seus documentos em ordem e lembrar que o tempo passado nas ilhas conta normalmente dentro do período de permanência autorizado no país”.
Além disso, Bicalho destaca com veemência: “brasileiros que residem nos Estados Unidos e estiverem fora de status correm sério risco ao embarcar de volta a partir das ilhas; a companhia aérea ou as autoridades no porto de saída podem negar o embarque e o CBP poderá iniciar procedimentos que podem resultar em detenção, retenção ou colocação em processo de remoção”.
Para evitar problemas práticos, recomenda-se levar sempre o passaporte original, reservar tempo extra no aeroporto no momento do retorno, evitar transportar produtos restritos sem declaração e manter a documentação organizada. Com atenção a esses detalhes e observando os alertas de Bicalho, a viagem às Ilhas Virgens Americanas tende a ser tranquila e sem surpresas desagradáveis.