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Crianças imigrantes não são páginas em branco, diz estudo

Um novo estudo contesta a ideia de que crianças imigrantes chegam aos EUA como "páginas em branco". Na verdade, elas carregam experiências emocionais, culturais e sociais que moldam sua forma de aprender e se integrar.
Tempo de leitura: 2 minutos
crianças imigrantes nos EUA

Como o idioma de herança e o apoio comunitário moldam a saúde mental de crianças imigrantes nos EUA

WASHINGTON, DC (ABRIL 8, 2025) – Crianças imigrantes nos Estados Unidos enfrentam um duplo desafio: adaptar-se a um novo idioma e cultura enquanto preservam suas raízes. Pesquisas recentes mostram que essa equação influencia diretamente sua saúde mental e desempenho acadêmico.

Um levantamento do National Institutes of Health com mais de 1.400 crianças latinas revelou que aquelas que mantêm fluência no idioma de herança têm 28% menos chance de desenvolver sintomas depressivos. Outro dado marcante: essas mesmas crianças demonstraram maior autoestima e níveis mais altos de engajamento escolar em comparação com as que abandonaram completamente sua língua de origem.

Segundo o Longitudinal Student Immigrant Adaptation Study, da Universidade de Harvard, jovens que desenvolvem identidade bicultural apresentam taxas de evasão escolar até 35% menores. O estudo acompanhou mais de 500 estudantes imigrantes ao longo de cinco anos em escolas públicas americanas, indicando que a manutenção do idioma familiar, aliada ao suporte comunitário, é um dos principais fatores de proteção psíquica durante o processo de adaptação.

“O idioma não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas um eixo de pertencimento. Quando a criança é incentivada a manter seu idioma nativo, ela se sente validada e mais segura em sua identidade”, explica Vinicius Bicalho, advogado licenciado nos EUA, Brasil e Portugal, e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A.

O estudo também demonstrou que crianças que recebem apoio emocional contínuo de suas famílias apresentam redução de 42% nos níveis de estresse migratório. O envolvimento de instituições religiosas, associações de imigrantes e programas bilíngues escolares também foi citado como fator de suporte psicológico relevante.

“Promover o bilinguismo e o vínculo cultural não é um luxo, é uma necessidade estratégica para garantir o bem-estar e o futuro das novas gerações de imigrantes”, afirma Bicalho. A recomendação do especialista é que famílias e educadores adotem uma abordagem equilibrada, que valorize tanto a herança cultural quanto a integração linguística ao país de destino.

Neste cenário, o papel do advogado de imigração vai além da burocracia. É também compreender o impacto emocional de cada decisão e orientar as famílias para que o processo legal caminhe em harmonia com o desenvolvimento humano de seus filhos.

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