Saiba por que cada vez mais empresários do Brasil decidem abrir empresas nos Estados Unidos e acessar linhas de financiamento com juros reduzidos
WASHINGTON, DC (JULHO 8, 2025) – A cultura americana de suporte às pequenas e médias empresas se traduz em algo muito concreto: acesso facilitado a crédito com juros significativamente mais baixos que os encontrados no Brasil. Para muitos empresários e investidores brasileiros, esse diferencial explica parte do interesse em abrir ou expandir negócios nos Estados Unidos.
Enquanto no Brasil as taxas de juros para financiamento empresarial podem superar 20% ao ano (e frequentemente com exigências de garantias pesadas), nos EUA linhas de crédito específicas para pequenos negócios podem trabalhar na casa de 6% a 10% ao ano. Esse custo mais competitivo está vinculado a políticas públicas robustas como as do Small Business Administration (SBA), órgão federal que garante parte dos empréstimos junto a bancos, reduzindo o risco para as instituições financeiras e, por consequência, o custo para o empresário.
O advogado e professor de direito imigratório, CEO da Bicalho Legal Consulting, Vinicius Bicalho, explica que “o SBA não empresta diretamente, mas cria um ambiente de confiança para o mercado. Um brasileiro que abre uma empresa legalmente nos EUA e segue os requisitos pode se qualificar para essas linhas de financiamento, mesmo como estrangeiro.”
O custo da moeda também impacta a decisão. Em um cenário de câmbio flutuante, o real segue mais fraco frente ao dólar, e isso faz com que muitos empresários brasileiros vejam valor em consolidar receita em moeda forte, mesmo que parte dos custos esteja também dolarizada. Além disso, o ambiente de negócios americano, com regulamentação mais previsível, segurança jurídica e burocracia menos engessada para abertura e operação de empresas, favorece o planejamento de longo prazo. A burocracia nos Estados Unidos é infinitamente menor do que a do Brasil e a resposta para aprovações de crédito costuma ser quase imediata. Vale lembrar também que o Green Card não é sinônimo apenas de viver ou morar nos EUA. Ele é a porta de entrada para empreender de forma plena no país, permitindo ao imigrante acesso a essas linhas de financiamento e a todos os benefícios disponíveis para quem abre um negócio por aqui.
Há diferenças importantes na cultura de crédito. Nos Estados Unidos, o histórico de crédito pessoal e empresarial conta muito. Um empresário estrangeiro precisa construir score, relacionamento bancário e comprovar saúde financeira do negócio. Mas para quem planeja bem, o mercado oferece oportunidades abundantes, inclusive com programas específicos para setores como tecnologia, transporte, alimentação e comércio.
“O investidor brasileiro muitas vezes se surpreende com a quantidade de produtos financeiros voltados para pequenos negócios, inclusive para franquias, e com a postura mais colaborativa de bancos e credit unions na negociação”, destaca Bicalho. Ele pontua ainda que a pandemia acelerou reformas e inovações no sistema, com maior digitalização e agilidade nos processos de análise.
Vale lembrar que o SBA é apenas uma das opções. Linhas de crédito convencionais, leasing, venture capital e programas estaduais e municipais complementam o leque de financiamento. Para o investidor brasileiro, entender essas modalidades, comparar custos e planejar a estrutura societária e fiscal são etapas essenciais para aproveitar as vantagens de empreender em solo americano.