Pesquisar

Como se tornar presidente dos Estados Unidos, o homem mais poderoso

Tornar-se presidente dos Estados Unidos é um processo complexo que exige requisitos específicos, estratégias políticas e apoio popular. Entenda as etapas do caminho à presidência, desde a elegibilidade até a eleição, além dos desafios enfrentados pelos candidatos.
Tempo de leitura: 3 minutos
Como se tornar presidente dos Estados Unidos

Um Feriado Nacional para Relembrar os Líderes da Maior Potência do Mundo

Washington, D.C., 17 de fevereiro de 2025 – No Dia dos Presidentes, celebramos não apenas a figura de George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos, mas também refletimos sobre o que é necessário para alcançar o cargo mais alto da nação. Originalmente estabelecido em 1879 para homenagear seu aniversário, em 22 de fevereiro, o feriado passou a ser celebrado na terceira segunda-feira de fevereiro após a adoção do Uniform Monday Holiday Act, em 1971, criando assim um fim de semana prolongado. Com o tempo, a data se expandiu para englobar todos os presidentes, tornando-se uma ocasião para refletir sobre o legado dos líderes que moldaram o país.

A idade tem sido um fator relevante nas eleições presidenciais, já que o perfil dos presidentes americanos variou consideravelmente ao longo da história. O mais jovem a assumir o cargo foi Theodore Roosevelt, aos 42 anos, após o assassinato de William McKinley. Por outro lado, Joe Biden, eleito em 2020 aos 78 anos, se tornou o presidente mais velho da história dos Estados Unidos. Essa diferença de idades demonstra que não há um perfil etário único para ocupar a Casa Branca, e que tanto a juventude quanto a experiência podem ser argumentos poderosos nas disputas políticas.

Ser presidente dos Estados Unidos é uma das maiores ambições políticas globais, exigindo não apenas elegibilidade legal, mas também estratégia eleitoral, influência e um profundo entendimento do sistema democrático norte-americano. O caminho até a Casa Branca é complexo e competitivo, reservado àqueles que dominam a arte da política e conseguem conquistar a confiança do eleitorado. Para concorrer à presidência, um candidato deve atender a três requisitos constitucionais básicos, estabelecidos pelo Artigo II da Constituição dos EUA: ser cidadão americano nato, ter no mínimo 35 anos de idade e ter residido nos Estados Unidos por pelo menos 14 anos. Embora esses critérios sejam fundamentais, a viabilidade de uma candidatura vai muito além da elegibilidade formal. O financiamento de campanha, a aceitação partidária e o carisma político são fatores determinantes no sucesso eleitoral.

A corrida presidencial nos EUA ocorre a cada quatro anos e envolve um longo processo que se inicia com as primárias e caucuses dos partidos, passa pelas convenções nacionais e culmina na eleição geral. O sistema de colégio eleitoral, em que os estados atribuem votos proporcionais ao seu peso populacional, é um dos aspectos mais peculiares do modelo eleitoral americano. Os candidatos precisam conquistar 270 dos 538 votos do colégio eleitoral para vencer. Isso significa que estados considerados “swing states”, como Flórida, Pensilvânia e Wisconsin, desempenham um papel decisivo na disputa. As campanhas presidenciais são operações financeiras gigantescas, custando bilhões de dólares em publicidade, eventos e logística. As doações de indivíduos e corporações, bem como o apoio de Super PACs (Political Action Committees), são essenciais para viabilizar a candidatura.

A legislação eleitoral americana é extremamente complexa e regulada por regras rigorosas de financiamento de campanha. Uma candidatura viável depende de assessoria jurídica competente para evitar violações que possam comprometer sua elegibilidade ou credibilidade política, explica Vinicius Bicalho, CEO da Bicalho Legal Consulting P.A. e professor de direito.

Além de cumprir os requisitos legais e garantir financiamento, um candidato precisa construir uma imagem pública sólida. Isso envolve domínio da comunicação, articulação política e capacidade de mobilizar eleitores em diferentes espectros ideológicos. O uso das redes sociais e dos debates televisivos desempenha um papel crucial na percepção do eleitorado. Em um país polarizado, o discurso precisa ser bem calibrado para atrair tanto a base partidária quanto os eleitores independentes, essenciais para garantir a vitória.

Curiosamente, nem todos os presidentes americanos foram eleitos pelo voto popular. Gerald Ford assumiu a presidência em 1974 sem jamais ter sido eleito nem como presidente nem como vice-presidente. Ele foi nomeado vice após a renúncia de Spiro Agnew e, posteriormente, tornou-se presidente quando Richard Nixon deixou o cargo devido ao escândalo de Watergate. Esse episódio demonstra como o sistema político americano pode, em circunstâncias extraordinárias, permitir que um líder chegue ao poder sem passar pelo crivo do eleitorado.

Uma questão que frequentemente surge é se os Estados Unidos poderiam ficar sem presidente ou ter um líder eterno. O sistema constitucional prevê uma linha de sucessão clara, garantindo que sempre haja um presidente em exercício. Se um presidente e seu vice não puderem assumir o cargo, o próximo na linha de sucessão é o presidente da Câmara dos Representantes, seguido pelo presidente pro tempore do Senado e pelos membros do gabinete, começando pelo Secretário de Estado. Isso assegura a continuidade do governo. Já a possibilidade de um presidente eterno é barrada pela 22ª Emenda à Constituição, ratificada em 1951, que limita qualquer pessoa a dois mandatos presidenciais. Assim, mesmo os líderes mais populares não podem permanecer indefinidamente no poder.

Tornar-se presidente dos Estados Unidos exige muito mais do que simplesmente cumprir os requisitos constitucionais. Estratégia política, financiamento robusto, experiência legislativa e capacidade de comunicação são fatores determinantes. O caminho até a Casa Branca é um teste de resistência política e pessoal, reservado àqueles que conseguem navegar habilmente pelo complexo sistema democrático americano.

Compartilhe esse conteúdo