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Após o 11 de setembro, EUA endurecem regras contra antissemitismo na imigração 

Desde os atentados de 11 de setembro, os Estados Unidos vêm adotando medidas mais rigorosas em seus processos imigratórios. Uma das mudanças mais recentes é o endurecimento das regras contra discursos e atitudes antissemitas, refletindo o compromisso do país com a tolerância religiosa e os direitos humanos.
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regras de antissemitismo
Fonte: Shutterstock

Medida do USCIS intensifica checagem de redes sociais de estrangeiros para preservar valores democráticos e prevenir ameaças futuras

WASHINGTON, DC (ABRIL 21, 2025) – O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) anunciou que passará a considerar postagens em redes sociais com conteúdo antissemita como fator negativo na análise de pedidos de benefícios imigratórios. A medida, publicada oficialmente no portal do USCIS em 9 de abril, já está em vigor e afeta diretamente estrangeiros solicitando residência legal permanente, estudantes internacionais e candidatos ligados a instituições associadas a práticas antissemitas.

Em um movimento alinhado às ordens executivas do presidente Donald Trump para combater o antissemitismo e reforçar a segurança nacional, o USCIS passa a avaliar conteúdos online que promovam ou apoiem ideologias, grupos ou ações antissemitas, incluindo Hamas, Jihad Islâmica Palestina, Hezbollah e Houthis.

“Essa decisão não apenas reflete o compromisso dos EUA com a integridade do seu sistema imigratório, mas também honra um princípio construído após os ataques de 11 de Setembro. Nunca mais permitir que o território americano sirva de base para discursos ou ações que ameacem a vida e os valores democráticos”, afirma Vinicius Bicalho, advogado licenciado nos EUA, Brasil e Portugal, especialista em Direito Imigratório e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A.

Segundo ele, a mudança reforça o caráter discricionário do processo imigratório americano, onde valores constitucionais como liberdade de expressão convivem com uma vigilância rigorosa sobre possíveis ameaças à ordem pública. “O antissemitismo, além de inaceitável em qualquer instância, torna-se aqui um indicativo direto de risco nacional”, pontua. Ele ainda acrescenta que “da mesma forma, o nazismo é considerado um atentado aos princípios do país e a propagação dessa filosofia pode ser interpretada como fator de exclusão em processos imigratórios”.

Para os brasileiros que vivem nos Estados Unidos ou desejam migrar, o recado é claro. Manifestações públicas, inclusive nas redes sociais, serão levadas em consideração na análise de vistos e green cards. “É fundamental compreender que os parâmetros de segurança foram redefinidos após o 11 de Setembro. A internet agora é um campo decisivo para a análise de caráter e intenção de quem deseja viver em solo americano”, complementa Bicalho.

A nova diretriz do USCIS representa mais uma camada de prevenção adotada pelos EUA no combate ao extremismo, reafirmando o compromisso do país com a segurança nacional e com a proteção das comunidades judaicas.

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