Como trabalhadores estrangeiros sustentam operações estratégicas de defesa e inteligência
WASHINGTON, DC (NOVEMBRO 16, 2025) – O debate sobre imigração nos Estados Unidos muitas vezes ignora um dado essencial. Uma parcela significativa dos profissionais que atuam diretamente na segurança nacional americana é composta por imigrantes naturalizados que alcançaram o mais alto nível de credenciamento federal. Para o advogado Vinicius Bicalho, fundador e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., essa presença revela o nível de confiança que o governo americano deposita em talentos internacionais. Ele enfatiza que imigrantes ocupam funções em áreas de inteligência, contratados do Departamento de Defesa, analistas de risco, engenheiros de cibersegurança e pesquisadores ligados à proteção estratégica do país.
Estudos de instituições independentes e dados públicos federais mostram que aproximadamente 17 por cento dos profissionais empregados em setores vinculados ao Departamento de Defesa têm origem imigrante. Além disso, uma parcela expressiva dos especialistas em cibersegurança e tecnologia avançada do Departamento de Segurança Interna é composta por estrangeiros naturalizados. Em agências como a CIA e o FBI, onde apenas cidadãos podem atuar, muitos desses profissionais nasceram fora dos Estados Unidos e hoje ocupam posições sensíveis após processos rigorosos de verificação e clearance. Para Bicalho, isso demonstra que o país não apenas reconhece o mérito desses indivíduos, mas depende deles para manter vantagem estratégica em um ambiente global cada vez mais competitivo.
A presença imigrante nessas áreas não é circunstancial. Ela responde a uma necessidade objetiva. O avanço tecnológico exige especialistas em inteligência artificial, criptografia, linguística estratégica, análise geopolítica e segurança digital que muitas vezes são formados em universidades ao redor do mundo. A cooperação entre centros de pesquisa, grandes contratadas federais e universidades amplia o acesso de profissionais estrangeiros a carreiras de alta responsabilidade. Bicalho afirma que essa dinâmica derruba o discurso de que a imigração representaria um risco à segurança. Segundo ele, são justamente esses profissionais que fortalecem sistemas de defesa, aprimoram redes de vigilância e expandem a capacidade institucional do país.
A projeção de déficit de trabalhadores altamente qualificados até 2030 reforça que os Estados Unidos continuarão dependendo da força de trabalho internacional para proteger infraestruturas críticas, desenvolver tecnologias sensíveis e garantir estabilidade estratégica. O papel do imigrante na segurança nacional é um fato mensurável, verificável e decisivo para o futuro do país. Compreender essa contribuição é fundamental para um debate honesto sobre imigração e sobre a própria capacidade americana de permanecer líder global em inovação e defesa.
