Decisão reforça atenção à escassez de profissionais de saúde e valoriza contribuição de estrangeiros ao sistema dos EUA
WASHINGTON, DC (OUTUBRO 2, 2025) – A decisão da Casa Branca de considerar médicos e residentes como exceção à nova taxa de US$ 100 mil para pedidos de visto H-1B foi recebida como um gesto de sensibilidade e pragmatismo. A medida, que integra uma reforma migratória voltada a trabalhadores altamente qualificados, reconhece o papel estratégico dos profissionais de saúde estrangeiros no atendimento da população norte-americana, sobretudo em regiões carentes e áreas rurais.
A American Medical Association estima que mais de 60% dos médicos formados fora dos Estados Unidos atuam em localidades onde há grande dificuldade de contratação de profissionais locais. Ao aliviar o impacto financeiro sobre esse grupo, o governo sinaliza que está atento à realidade do sistema de saúde e às necessidades concretas da sociedade americana. Para os hospitais que dependem de médicos imigrantes, a possibilidade de isenção representa não apenas a continuidade do atendimento, mas também a garantia de estabilidade em meio a um cenário de crescente demanda por cuidados médicos.
Segundo Vinicius Bicalho, advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., a decisão mostra equilíbrio entre a política migratória restritiva e a proteção de interesses nacionais. “Ao preservar a chegada de médicos formados no exterior, o governo dos Estados Unidos demonstra capacidade de ouvir setores estratégicos e adaptar medidas para que não faltem profissionais em áreas essenciais, como a saúde”, afirma.
A reação positiva de associações médicas e de gestores hospitalares reforça a ideia de que a medida é um acerto. Ao mesmo tempo em que mantém firmeza na regulação de vistos de trabalho, a Casa Branca abre espaço para que exceções justas sejam contempladas. Esse tipo de flexibilidade aumenta a confiança de profissionais estrangeiros no sistema americano e projeta uma imagem de abertura responsável, sem comprometer a proteção de interesses econômicos e de segurança.
Para Bicalho, a sinalização é clara. “Trata-se de uma decisão que valoriza a contribuição dos imigrantes e fortalece a rede de saúde em um momento de grande demanda. Médicos estrangeiros que se dispõem a atuar em áreas de difícil acesso têm papel vital e merecem ser recebidos de forma justa”, destaca o professor de direito imigratório e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A.
Ao transformar a isenção em um instrumento de fortalecimento do sistema de saúde, os Estados Unidos mostram que políticas migratórias podem ser aplicadas com rigor, mas também com humanidade e atenção às necessidades concretas da população. A mensagem que fica é de confiança e de reconhecimento: o país continua sendo um destino de oportunidades para profissionais qualificados que desejam contribuir para a sociedade americana.