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Crises políticas não afetam atração de investimentos nos EUA

As crises políticas internas não têm afastado o interesse internacional pelos Estados Unidos. Pelo contrário, o país mantém sua posição como destino estratégico para investidores, oferecendo estabilidade econômica, segurança jurídica e oportunidades de crescimento.
Tempo de leitura: 2 minutos
investimentos nos EUA
Fonte: Shutterstock

Oscilações políticas não comprometem a solidez econômica dos Estados Unidos

WASHINGTON, DC (AGOSTO 15, 2025) – Nos Estados Unidos, a figura do presidente exerce papel de liderança e projeção internacional, mas o funcionamento da economia e das instituições não está condicionado a um único mandato. A arquitetura constitucional americana, com seu sistema de freios e contrapesos, assegura que políticas essenciais à estabilidade econômica e à segurança jurídica permaneçam inalteradas mesmo em momentos de intensa polarização política.

Para Vinicius Bicalho, advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., “o país foi construído para não depender de uma pessoa. As decisões estruturantes são respaldadas por instituições sólidas, órgãos reguladores independentes e um sistema legislativo que equilibra o poder executivo. Isso traz previsibilidade para quem deseja investir ou internacionalizar sua carreira”.

A solidez dessa “máquina” pode ser comprovada em diferentes momentos históricos. Durante o escândalo de Watergate, que culminou na renúncia de Richard Nixon em 1974, a Bolsa de Valores de Nova York manteve negociações regulares e o comércio exterior dos EUA não sofreu paralisações significativas. No processo de impeachment de Bill Clinton, entre 1998 e 1999, o PIB americano cresceu 4,5% ao ano, sustentado pelo boom tecnológico e pelo fortalecimento do mercado de capitais.

Em 2008, quando o colapso financeiro global começou em Wall Street, a resposta rápida do Congresso, do Federal Reserve e do Departamento do Tesouro incluiu pacotes de estímulo que, segundo o Congressional Budget Office, evitaram uma queda adicional de até 3,5% no PIB. A reação coordenada demonstrou que, mesmo diante de choques severos, a estrutura institucional é capaz de corrigir rumos e preservar o ambiente de negócios.

A pandemia de 2020 foi outro teste de resiliência. Com políticas emergenciais, programas de crédito e suporte direto a empresas e trabalhadores, os EUA mantiveram a atratividade para investidores estrangeiros. Dados do Departamento de Comércio mostram que, mesmo em um cenário de retração global, o país recebeu mais de US$ 200 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto naquele ano, permanecendo líder mundial.

Bicalho reforça que “mudanças de governo podem alterar nuances regulatórias ou prioridades diplomáticas, mas não afetam a espinha dorsal da economia. O investidor estrangeiro encontra aqui segurança jurídica, estabilidade cambial relativa e uma das maiores proteções à propriedade intelectual do planeta. Isso significa que o capital e as ideias de quem vem para cá estão respaldados por um arcabouço legal confiável”.

Os números também evidenciam essa estabilidade: segundo o Banco Mundial, os Estados Unidos têm mantido, ao longo das últimas duas décadas, um crescimento médio de 2% a 3% ao ano, mesmo alternando governos democratas e republicanos. Além disso, o Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation coloca o país consistentemente entre os mais livres para fazer negócios, com alta pontuação em direitos de propriedade e eficiência regulatória.

Essa consistência é uma mensagem clara para o investidor e o profissional global: crises políticas fazem parte da democracia, mas não desmontam o alicerce que sustenta a maior economia do mundo. A engrenagem americana continua girando, independentemente de quem ocupa a Sala Oval.

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