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Brasileiros é condenado por reentrada ilegal e venda de Green Cards falsificados

Um brasileiro foi condenado nos Estados Unidos após reentrar ilegalmente no país e participar de um esquema de venda de Green Cards falsificados. Além de enfrentar deportação e pena de prisão, o réu pode ter sua entrada permanentemente barrada no território norte-americano. O episódio reforça a importância da legalidade e da orientação profissional em qualquer processo imigratório.
Tempo de leitura: 2 minutos
reentrada ilegal e Green Cards falsos
Fonte: Shutterstock

Sentença federal em Boston destaca punição severa para fraudes migratórias.

WASHINGTON, DC (Julho 16, 2025) – Um brasileiro de 40 anos, Liene Tavares DeBarros Jr., foi condenado em um tribunal federal em Boston a cinco meses de prisão por retornar ilegalmente aos Estados Unidos após deportação e por vender Green Cards e cartões de Seguro Social falsificados. Após cumprir a pena, ele terá dois anos de liberdade supervisionada e está sujeito a nova deportação imediata.

Segundo as autoridades, DeBarros foi deportado originalmente em 2010. Mesmo assim, conseguiu reentrar ilegalmente no país e, em 2024, passou a vender documentos falsos. Em operações conduzidas por agentes infiltrados, ele negociou três Green Cards e três cartões de Seguro Social por valores entre US$ 250 e US$ 500. Uma busca em sua residência revelou mais documentos falsificados, incluindo papéis fraudulentos em nome do próprio acusado.

A investigação foi realizada pela Document and Benefit Fraud Task Force, uma força-tarefa especializada em combater crimes de fraude documental envolvendo imigração. O Departamento de Justiça dos EUA reforçou que casos de reentrada ilegal, venda de documentos falsificados e outras fraudes migratórias são prioridades para a fiscalização federal.

Para o advogado licenciado nos Estados Unidos, Brasil e Portugal e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., Vinicius Bicalho, o caso é um retrato claro da política de tolerância zero que as autoridades americanas adotam contra crimes migratórios.

“Quando alguém é deportado e volta ilegalmente, essa é considerada uma violação extremamente séria da lei de imigração americana. Somada à falsificação de documentos, torna-se um combo que fecha completamente as portas para qualquer tentativa futura de imigração legal”, explica o advogado.

Bicalho destaca ainda as consequências de longo prazo para quem comete esse tipo de crime.

“Depois de cumprir a pena e ser deportado novamente, ele não terá apenas a remoção no registro. A condenação criminal e a violação de uma ordem de deportação anterior o tornam permanentemente inadmissível. Em termos práticos, ele nunca mais poderá entrar legalmente nos Estados Unidos, mesmo que tente no futuro com um visto de turismo, de trabalho ou por meio de qualquer outro processo migratório”, detalha o advogado.

O Departamento de Justiça também lembrou que outros estrangeiros na região, como cidadãos da Guatemala e El Salvador, foram recentemente condenados em casos semelhantes de reentrada ilegal. A intenção das autoridades federais é clara: sinalizar que qualquer tentativa de retorno não autorizado será investigada e punida com rigor.

Para Bicalho, o recado serve como alerta para a comunidade brasileira nos EUA e para quem pensa em migrar de forma irregular.

“Pode parecer uma solução fácil no curto prazo, mas recorrer a documentos falsos ou retornar depois de uma deportação tem efeitos irreversíveis. É um caminho sem volta dentro do sistema migratório americano. Vale muito mais a pena investir em processos regulares, mesmo que mais demorados ou burocráticos, do que colocar tudo a perder com uma escolha que o impede de entrar no país para sempre”, conclui o advogado.

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