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Casamentos fraudulentos ainda expõem imigrantes a riscos legais e chantagens

Casamentos fraudulentos ainda são usados por alguns imigrantes como tentativa de obter o Green Card, mas essa prática envolve sérios riscos legais. Além de possíveis penalidades criminais e processos de deportação, muitos imigrantes acabam vítimas de chantagens. Neste conteúdo, abordamos o que caracteriza um casamento fraudulento e como as autoridades investigam esses casos.
Tempo de leitura: 2 minutos
Casamentos fraudulentos EUA
Fonte: Shutterstock

Autoridades americanas mantêm vigilância sobre uniões simuladas para obtenção de green card, enquanto imigrantes relatam abusos após acordos ilegais

WASHINGTON, DC (JUNHO 25, 2025) A promessa de um green card fácil por meio de casamento continua seduzindo muitos imigrantes, mas a realidade por trás desses esquemas é cada vez mais perigosa. Mesmo sem novos casos amplamente divulgados neste ano, as autoridades americanas reforçaram alertas públicos em junho de 2025, destacando que casamentos fraudulentos seguem sendo monitorados pelo U.S. Citizenship and Immigration Services (USCIS) e pelo Immigration and Customs Enforcement (ICE).

Esquemas passados revelam a gravidade da prática. Em 2022, um brasileiro chamado Peterson Souza foi indiciado na Califórnia por atuar em uma quadrilha que cobrava até 30 mil dólares por casamento falso, movimentando cerca de 8 milhões de dólares e envolvendo mais de 400 matrimônios simulados. Em 2023, outro envolvido, Engilbert Ulan, foi condenado por auxiliar centenas de brasileiros a fraudar o sistema imigratório com a mesma finalidade.

Mas o que nem sempre é divulgado é o que ocorre depois da cerimônia. Segundo Vinicius Bicalho, professor de direito imigratório e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., muitos imigrantes acabam se tornando vítimas da própria fraude que ajudaram a cometer. “É comum o cidadão americano, após o casamento, passar a fazer exigências financeiras, ameaçar denunciar o estrangeiro ao USCIS, ou até usar o medo da deportação como ferramenta de chantagem”, afirma.

Essas situações geram um ciclo de abuso e extorsão, além de colocar o imigrante em posição jurídica delicada. O casamento simulado é crime federal, punível com prisão, multa, deportação e inelegibilidade permanente para benefícios migratórios. “Mesmo que a fraude parta de ambas as partes, é o imigrante quem quase sempre paga o preço mais alto. A vulnerabilidade emocional e legal é explorada por quem se aproveita do desespero de quem busca legalização”, destaca Vinicius Bicalho.

As autoridades têm investido em sistemas de verificação mais sofisticados e conduzem entrevistas cada vez mais detalhadas. O cruzamento de dados, visitas surpresa e exigência de provas documentais são estratégias usadas para identificar casamentos simulados.A orientação é clara: evitar atalhos. “Buscar meios legais de imigração pode ser mais demorado, mas é o único caminho que protege o imigrante de abusos, da insegurança jurídica e das graves consequências penais de uma fraude”, conclui Vinicius Bicalho.

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