Escassez de profissionais qualificados impulsiona contratação de estrangeiros no setor mineral.
Washington, D.C., 10 de fevereiro de 2025 – O setor de mineração nos Estados Unidos movimenta anualmente mais de US$ 90 bilhões, com estados como Nevada, Arizona e Alasca liderando a produção de ouro, cobre e minerais raros. O presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos, reforçando a tendência de valorização da produção interna. O anúncio, feito no domingo (09) a bordo do Air Force One, deve impulsionar investimentos no setor mineral e gerar um aumento significativo na demanda por mão de obra especializada interna. Essa necessidade de profissionais qualificados vem em um momento em que o setor já enfrenta dificuldades para preencher vagas, levando empresas a buscar trabalhadores estrangeiros com expertise em engenharia, geologia, automação e segurança. Os EUA querem potencializar esta produção e por isso este plano de incremento nas taxas para importações.
Os Estados Unidos ocupam uma posição de destaque no cenário global da mineração, mas competem com gigantes da indústria. Segundo dados recentes, a China lidera a produção mundial de minerais, seguida pela Austrália, Rússia e Canadá. Os EUA figuram entre os cinco maiores produtores globais, especialmente na extração de carvão, cobre e metais raros, fundamentais para a indústria tecnológica e de energia renovável. Essa concorrência global torna ainda mais relevante a necessidade de mão de obra qualificada para garantir a competitividade do setor norte-americano.
Além dos recursos já explorados, os EUA possuem vasto potencial mineral ainda não totalmente aproveitado. Áreas como o cinturão de terras raras no Alasca e Montana apresentam reservas significativas que poderiam reduzir a dependência do país em relação à importação desses minerais críticos. O desenvolvimento de novas tecnologias de extração também permite a viabilidade de mineração em depósitos antes considerados inacessíveis, como os de lítio no estado de Nevada, essenciais para a indústria de baterias e veículos elétricos. O potencial do país para expandir a exploração de minerais estratégicos, aliado a investimentos em infraestrutura e políticas de incentivo, pode consolidar ainda mais os EUA como um dos líderes globais na mineração sustentável.
De acordo com Vinicius Bicalho, professor de direito e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., “o sistema migratório dos EUA oferece caminhos para que trabalhadores estrangeiros qualificados possam contribuir com setores estratégicos da economia, como a mineração. Empresas que necessitam dessa mão de obra devem explorar programas de visto adequados para facilitar essas contratações.” Empresas de mineração podem se beneficiar de diferentes programas de imigração para atrair talentos estrangeiros, incluindo o visto H-1B, destinado a profissionais com diploma superior em áreas como engenharia de minas, geologia e tecnologia aplicada à mineração; o visto H-2B, voltado para trabalhadores temporários que atuam na operação de maquinário pesado e na extração mineral; e o EB-3, que permite imigração baseada em emprego para trabalhadores qualificados e não qualificados com demanda comprovada nos EUA.
A mineração nos EUA está passando por uma transformação, com maior uso de tecnologia e preocupação ambiental. Isso aumenta a necessidade de profissionais especializados, tornando a contratação de estrangeiros uma solução viável. No entanto, o setor enfrenta desafios regulatórios e um processo de imigração muitas vezes burocrático, o que exige planejamento estratégico por parte das empresas. A mineração segue como um pilar da economia norte-americana, e a mão de obra imigrante se mostra fundamental para suprir a falta de profissionais qualificados. Com as políticas migratórias corretas, o setor pode continuar crescendo e se modernizando.
