Um documento que simboliza a residência permanente nos EUA passa por transformações em segurança e design ao longo das décadas.
Washington, D.C., 21 de outubro de 2024 – Desde sua criação em 1940, o Green Card, oficialmente chamado Permanent Resident Card, tem sido uma peça central na identificação de imigrantes nos Estados Unidos. Ao longo de quase 84 anos, esse documento passou por diversas mudanças de nome, cor e design, refletindo não apenas a evolução das leis de imigração, mas também as crescentes preocupações com segurança e falsificações.
Início da Regulação: Alien Registration Receipt Card (1940)
A história do Green Card começou com a Alien Registration Act de 1940, que exigiu que todos os estrangeiros com 14 anos ou mais se registrassem junto ao governo dos EUA. Essa legislação, conhecida como Smith Act, não fazia distinção entre residentes legais e ilegais, obrigando todos os estrangeiros a registrar sua presença nos correios. Após o registro, um recibo, denominado Form AR-3, era enviado como prova de conformidade. Embora não fosse chamado de Green Card, o AR-3 marca o início da identificação oficial para imigrantes.
O Primeiro Green Card: Form I-151 (1951)
Com o aumento do fluxo migratório, o registro passou a ser feito em portos de entrada e escritórios de imigração. Em 1951, o Form I-151 foi introduzido como o primeiro Green Card oficial, simbolizando o direito de viver e trabalhar indefinidamente nos EUA. O nome “green card” surgiu devido à cor do documento, que representava segurança e status legal.
Evolução do Green Card: Novas Versões e Segurança
Ao longo das décadas, o Green Card passou por diversas transformações para combater fraudes e melhorar a verificação de identidade:
– Form I-551 (1977-1989): A partir de 1977, uma versão mais resistente a fraudes foi desenvolvida, conhecida como Resident Alien Card. Esse cartão incluía medidas adicionais de segurança e foi produzido em uma instalação específica para garantir qualidade.
– Green Card Amigável para Negócios (1989-1997): Em 1989, um novo cartão de cor pêssego foi introduzido para facilitar a verificação de identidade por empregadores. Embora esses cartões incluíssem datas de expiração, careciam de números de documento.
– Cartão de Residente Permanente (1997-2010): O Green Card foi renomeado como Permanent Resident Card em 1997, com melhorias na segurança, incluindo um número de documento exclusivo e hologramas.
– Verde Novamente (2010-2017): Em 2010, o Green Card recuperou sua coloração verde com uma das versões mais seguras até então, incorporando tecnologias avançadas, como RFID.
– Cartão para a Próxima Geração (2017-2023): Em 2017, um redesign do Green Card foi lançado como parte do Next Generation Secure Identification Document Project, visando combater fraudes.
O Green Card Moderno (2023 – Futuro)
Atualmente, a USCIS planeja redesenhar o Green Card a cada três a cinco anos. Desde janeiro de 2023, uma nova versão do cartão foi emitida, apresentando melhorias significativas em segurança e design. O Green Card, portanto, continua a ser um documento vital para os residentes permanentes nos EUA, simbolizando não apenas suas trajetórias migratórias, mas também a constante evolução do sistema de imigração em um mundo em mudança.
À medida que o mundo se torna cada vez mais interconectado, o futuro da imigração e dos documentos que a sustentam deve refletir essa realidade. A tecnologia não apenas transformará a forma como os documentos são emitidos e gerenciados, mas também permitirá um novo nível de colaboração entre países. Vinicius Bicalho, professor de direito internacional e CEO da Bicalho Legal Consulting P.A., comenta sobre essa evolução:
“A colaboração internacional será crucial para o futuro da imigração. Se países puderem compartilhar dados de forma segura e eficiente, isso permitirá que os imigrantes sejam avaliados de maneira mais justa e precisa, eliminando barreiras desnecessárias e facilitando a obtenção do Green Card. O futuro dos documentos imigratórios deve estar alinhado com as inovações tecnológicas, permitindo um sistema mais seguro e eficiente. Imagine cartões de residência que integrem tecnologia de biometria avançada, garantindo uma identificação rápida e precisa, além de combater a falsificação.”
Bicalho também enfatiza a necessidade de um sistema que utilize dados em tempo real: “Devemos trabalhar em um sistema de documentação imigratória que possibilite que autoridades e cidadãos acessem informações relevantes de forma segura e rápida. Isso melhora a segurança e promove uma experiência mais fluida para os imigrantes.”
Com a evolução da tecnologia, podemos especular sobre a possibilidade de validação de dados por meio da leitura da íris e do reconhecimento facial. Esses sistemas já estão sendo testados em aeroportos americanos e chineses para diversas finalidades. Essa abordagem poderia revolucionar o processo imigratório, tornando-o mais eficiente e seguro.
Bicalho conclui ressaltando a importância da digitalização para o USCIS, o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos: “A modernização do sistema imigratório é crucial para o USCIS, pois não só melhoraria a eficiência operacional, mas também traria uma série de benefícios significativos. O USCIS é responsável por gerenciar a imigração legal nos EUA, processando pedidos de visto, cidadania e outros serviços relacionados. A adoção de soluções digitais permitiria um gerenciamento mais ágil e preciso da documentação, reduzindo erros e aumentando a transparência. Além disso, essa transformação facilitaria o acesso aos serviços para os imigrantes, proporcionando uma experiência mais fluida e menos burocrática. Investir em tecnologia não é apenas uma atualização, mas uma necessidade estratégica que fortalecerá a confiança do público e garantirá a segurança dos dados pessoais dos cidadãos.” finaliza o professor.
Fonte: Immigration Report, Fernando Hessel e Bicalho Legal Consulting P.A.